domingo, dezembro 31, 2006

E ela não perdeu a mão


Anos sem se dedicar à cozinha. Antes do casamento, ela fazia verdadeiras maravilhas com as mãos, mas depois, o marido fazia tudo e ela se aproveitava disso. Com a separação, não tinha saco para dedicar horas de sua existência a fazer comida que só ela comeria. Comprava tudo pronto e apenas manjava.

Até hoje, último dia do ano de 2006, com pouca grana no bolso e tendo sido convidada para a ceia na casa de amigos, disse que faria um arroz de forno. Achar a receita perfeita levou dias, ir comprar os ingrediente foi um martírio, ela odeia supermercados, mas quando chegou em casa, o santo veio.

Wander Wildner no último volume, o gato Gary atordoado, ele nunca havia visto sua mãe tão animada naquele cômodo chamado cozinha! Duas horas de puro prazer e nascia um arroz de forno lindo e saboroso como há muito não fazia. Ela o olhava como quem olha sua obra-prima. Pensou em não ir à ceia, pensou em ficar ali, admirando aquele espetáculo. Então lembrou-se que uma das maneiras mais bonitas de se dizer que se gosta, que se importa com alguém é lhe fazendo uma boa comida, com carinho, com dedicação, com afeto. Seus amigos mereciam aquilo e ela ofereceu seu sacrifício!

Tormentos para uma noite de insônia

O sonífero acabou e o dinheiro para comprar a nova dosagem também. Para piorar, tomei mais de um litro de café - isso não costuma ser problema - mas às vezes acontece de eu ficar meio desnorteada, completamente eufórica.

Agora, cá estou à 1h30 da matina, ouvindo Lobão, no último volume, cantando "vida bandida" e esperando desesperadamente que Morfeu me leve para seu reino, mas ele não chega.

Enquanto isso, faço coisas como mandar mensagens de ano novo que jurei a mim mesma que não faria, vendo as fotos sobre a execução de Saddam Hussein que também jurei a mim mesma que não veria, olhando a previsão do tempo para a semana da viagem, brigando com o gato que insiste em se deitar sobre o teclado, planejando a maquiagem que usarei para as fotos com as expressões faciais ensinadas pelo Zé do Caixão e evitando ouvir meu filho da puta interno que tenta de todas as maneiras esfregar na minha cara que realmente estou encrencada e preciso pensar em como sobreviver no ano que vem.

Para completar a lambança, meu inferno astral começa na segunda-feira, ou seja, as coisas só tendem a piorar. Agora é sério, se nada der certo eu viro hippie e não se fala mais nisso. A propósito, me entreguei à insistência do gato e deixei ele se deitar na mesa. Mais uma batalha perdida.

"eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais revanche..."

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Um pouco de latim


"Homo sum: humani nihil a me alienum puto" de Terêncio. "Sou homem, nada do que é humano me é alheio".

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Acho que meus olhos...

estão muito sensíveis nos últimos dias! Isso não parece coisa de outro mundo? É medonhamente lindo!


Lagos - Nigéria

terça-feira, dezembro 26, 2006

Talvez esteja acontecendo de novo...


Ainda é cedo pra falar, mas aquela sensação boa, que eu não sentia há tempos, de querer ver, de querer estar junto, de querer falar sempre que dá, de planejar datas para poder encontrar, acho que está acontecendo de novo.

Por enquanto é completamente platônico, mas e daí? A única coisa que sei é que eu poderia passar a eternidade, olhando o mundo através daqueles olhos e esta sensação é maravilhosa e ninguém pode tirá-la de mim!

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Notícias de um ano novo

Provavelmente, esta será a minha foto, tirada no dia 1 de janeiro, pela perícia do IML, meu corpo após um reveillon regado a pipoca de microondas e filmes de Almodóvar!


É, a festa de ano novo promete ser de matar!

terça-feira, dezembro 19, 2006

Caucaia do Alto


Domingo foi um dia especial, daqueles que valem estar vivo, daqueles que te mostram que está no caminho certo, daqueles que não é possível se arrepender de nada, daqueles que passam como um raio de tão bom.

Bons amigos, boas companhias, boa música, boa comida, boa conversa e, acima de tudo, pessoas dispostas a fazer diferente, a ser mais humanas, a ser mais gentil, a tratar os outros como gostamos de ser tratados.

Voltar de Caucaia do Alto naquele fim de tarde, foi voltar renovada, mais crente nas pessoas, na existência de serem humanos bons, não violentos no mais amplo sentido da palavra - que não violam o direito do outro ser como é, que não recrimina, que não condena, que ama, que respeita, apesar de todas as diferenças.

Somos Humanistas
Os humanistas são mulheres e homens deste século, desta época. Reconhecem os antecedentes do Humanismo histórico e inspiram-se nas contribuições das diferentes culturas, não só daquelas que neste momento ocupam um lugar central. São, além disso, homens e mulheres que deixam para trás este século e este milénio e se projectam para um novo mundo.

Os humanistas sentem que a sua história é muito longa e que o seu futuro é ainda mais extenso. Pensam no porvir, lutando por superar a crise geral do presente. São otimistas, crêem na liberdade e no progresso social.

Os humanistas são internacionalistas, aspiram a uma nação humana universal. Compreendem globalmente o mundo em que vivem e atuam no seu meio imediato. Não desejam um mundo uniforme mas sim múltiplo: múltiplo nas etnias, línguas e costumes; múltiplo nas localidades, nas regiões e nas autonomias; múltiplo nas idéias e nas aspirações; múltiplo nas crenças, no ateísmo e na religiosidade; múltiplo no trabalho; múltiplo na criatividade.

Os humanistas não querem amos; não querem dirigentes nem chefes, nem se sentem representantes nem chefes de ninguém. Os humanistas não querem um Estado centralizado, nem um Para-Estado que o substitua. Os humanistas não querem exércitos policiais, nem bandos armados que os substituam.

Porém, entre as aspirações humanistas e as realidades do mundo de hoje, levantou-se um muro. Chegou, pois, o momento de derrubá-lo. Para isso é necessária a união de todos os humanistas do mundo.

Trecho baseado no Documento Humanista.

domingo, dezembro 17, 2006

Ventre de mamãe


Em dias difíceis como estes, nos quais a humanidade me parece cada vez mais assustadora, tudo o que eu queria era estar de volta no ventre de minha mãe!

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Paulo Freire para desanuviar o dia

"Mulheres e homens, somos os únicos seres que, social e historicamente, nos
tornamos capazes de aprender. Por isto, somos os únicos em que aprender é
uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito mais rico do que
meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir,
constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao RISCO e à AVENTURA do
espírito". Paulo Freire

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Inocência" e as mesas de bar por Contardo Calligaris


Ler Contardo Calligaris é sempre um praze. Por quê? Porque ele consegue filosofar em cima de coisas chatas como, na maior parte do tempo são, as críticas de cinema, teatro etc.

O texto desta semana foi especial porque me fez lembrar de várias conversas de bar, dos motivos que fazem as pessoas gostarem tanto de um boteco, falar o que geralmente não falam, rir, chorar, entregar-se, sentir e por que não dizer, viver? Fez com que eu lembrasse da conversa com uma amiga sobre Teoria do Colapso, sobre dar importância às coisas boas que acontecem porque um dia todo mundo estará lascado e serão estas coisas que estarão lá para nos mostrar o quanto vale a pena estar vivo.

Um bocadinho de "Inocênccia" e as mesas de bar pra modo de que o dia de vocês também possa ficar mais bonito, mais iluminado!

"O texto de Dea Loher é uma meditação (teatral e engraçada: nada de longos discursos) sobre a idéia, própria aos nossos dias, de que a vida não faz sentido. Misteriosamente, a montagem dos Satyros opera um pequeno milagre: ela revela, no pouco sentido do mundo, mil razões para amar a vida. Nisso, ilustra uma moral que aprecio muito: talvez não consigamos mais sonhar com a vida como deveria ser, mas podemos abraçar a vida como ela é.
Na saída do teatro, é de praxe parar numa mesa de bar naquele trecho da praça Roosevelt (escolha entre o espaço dos Satyros, o dos Parlapatões e o bar-antiquário Papo, Pinga e Petisco). A animação da rua responde à inquietude levantada pela peça: talvez a vida não faça sentido, mas nos resta viver. No mínimo, resta-nos a mesa do bar.
Sei que é pouco: a quem se sente abandonado pelas grandes causas comuns, a mesa do bar e sua conversa parecem pálidos reflexos da sociedade desejada. Mas, filosofando: se, por falta de transcendências, devemos encontrar sentido na imanência, é melhor se acostumar a dar relevância às coisas pequenas de cada dia.
Na mesa do bar, a gente dá "uma relaxada": encontra, na facilidade do convívio (ou do "convício", entre cigarros e cervejas), um amparo contra as frestas e falhas mais dolorosas. Considere seus companheiros de mesa: todos parecem espirituosos e bem-humorados.
Mas há um que, uma vez de volta em casa, perseguirá, solitário, na internet, fantasias sexuais que ele nunca se permite viver; há o casal que se deitará sem se abraçar; há outro que não quer ir embora porque a perspectiva da solidão o desespera; há outra que consegue ironizar uma perda cuja lembrança, quando ela estiver sozinha, de novo a arrasará. E por aí vai." Contardo Calligaris

terça-feira, dezembro 12, 2006

Dores sobre as certezas


Quando eu disse que você era previsível, tudo o que eu queria era que você me surpreendesse. Mostrasse que era exatamente o contrário, mas você não era. Eu estava certa e estar certa, às vezes, dói!

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Eu e os astros


AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.)
O prazer de devotar-se a uma causa, a alguém muito querido, sem com isso esperar troca, paga de qualquer espécie, apenas a paz e a tranqüilidade de cumprir o dever de ser responsável por quem ama (gente, mas eu não amo ninguém, aliás, acho que estou perdendo a capacidade de gostar de qualquer pessoa): a boa nova de Vênus, que, de um jeito discreto, em Capricórnio, suavizará seus dias (olha, é bom que suavize mesmo, porque tá foda, tá foda de evitar o desespero e eu estou me esforçando).

Where is the sun?


Olha, quando me disseram para eu escolher um lugar para nascer, eu escolhi abaixo da linha do Equador porque eu queria viver num país tropical. Então, que porra é esta de verão? Até nisso me sacanearam? Deus, isso não é presença de espírito que se apresente!

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Enfim, passou


Vai fazer um ano que saímos a primeira vez. A primeira. A que deu início a tudo de bom e ruim que eu viria a sentir mais tarde.

Perdi contato, cortei relações, fugi como eu pude, já que meus pensamentos eram todos seus.

Hoje, deparo-me com uma mensagem sua, o endereço do teu flog, o endereço do seu blog. Lembro das besteiras que dissemos um paro o outro por causa do que escrevia. As coisas que eu disse pra você.

Fazia tempo. Eu quis testar. Quis saber se ainda fazia diferença. Confesso que o coração desparou, mas logo em seguida sossegou. Nada mais importava, nada do que li me atingiu de alguma forma.

Senti um alívio. Continuo achando que você deveria se entregar mais, aproveitar que ainda consegue conquistar as pessoas, mas isso é só problema seu agora. Pra mim? Pra mim já passou e posso dizer que apesar da dor que senti, teu silêncio foi um dos melhores presentes que alguém já me deu.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Zicas que vêm para o bem?


Final de ano alucinado! Eu tento me erguer e caio de novo. Bem, desta vez não consegui levantar tão rápido. Meu porto seguro foi destruído. Não quero me sentir desprotegida. Não quero chorar. Não quero pirar. Há males que vêm para trazer mudanças, te tirar dos eixos e mostrar outros pontos de vista.

Espero que esta tsunami tenha vindo pra isso, espero mesmo. Se tiver que ir embora, agora é a hora e eu simplesmente vou!

Tudo bem, tudo bem...


eu só posso me dar ao direito de me descabelar após às 19h41, antes disso, tudo o que eu preciso é de um lugar do caralho onde eu possa me descabelar!

E tenho dito!

Jornalista oferece-se...


para escrever, desenhar e pintar - como no comercial da Faber Castell! Também faço revisões, passo roupa, faço uma faxina que é uma beleza e ainda tenho algumas destrezas sexuais que são o must!

Também posso aparecer emjaulada em um circo de horrores que mostre as várias facetas da decadência humana!

Eu quero ir para o lugar mais longe daqui!

O ano está acabando...


e com ele vai-se também o chão que me sustenta. O céu simplesmente resolveu despencar sob a minha cabeça e me sinto completamente perdida. Minha rosa dos ventos pifou, minha biruta parou de indicar para onde o vento sopra. Para onde eu vou? Que zica é esta? Caras, fudeu!

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Vida de gado piorada


Segunda-feira negra, como todas as segundas-feiras são. A chuva já se aproxima, o dia não passa, o sono resusa-se a sair deste corpo e a agressão física e moral de quinta e sexta ainda dóem!

Queria voar com o meu gato, saltar do 20º andar para o infinito e além, mas tenho preguiça. Não quero soar pedante, mas às vezes a humanidade me cansa. Não aguento mais grosseria, paranóia, manias persectórias, discriminação, gente pisando nos outros e se desrespeitando a todo momento!

Eu tenho um vale-refeição, um vale-transporte e um plano de saúde agora. Desde a última vez que fui registrada, a vida de gado parece ter piorado muito. Será que eu estou preparada pra isso?

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Aquário - por Amanda Costa - 1º de Dezembro de 2006


A semana termina bem do jeito que um aquariano gosta: a todo vapor. Muita coisa acontecendo e você com vontade de fazer tudo e muito mais. Não precisa ligar nenhum motor auxiliar nem colocar mais combustível no seu tanque, porque você vai dar conta do recado numa boa. Você encara trocentas coisas e qualquer bafão na nuca sem medo.
Se você sabe o seu ascendente, escolha-o ao lado para conferir a previsão.

Ouviram né? SEM MEDO em letras garrafais e bold, para não ter dúvidas!

quinta-feira, novembro 30, 2006

Deus não permita...


que eu vire uma pessoa cagona. Eu posso virar tudo nesta vida, menos uma pessoa que tem medo até da própria sombra e deixa de viver e magoa as pessoas, pois têm cagaço de peitar esta merda opressora que acaba com as nossas vidas! Eu me recuso a me tornar isso!

Agora vai


Hoje, em meio a correria para comprar um bolo que deveria levar para o trabalho -haveria um despedida de uma demitida - dei-me conta de algo que nunca havia pensado. Quantas vezes na minha vida eu havia dado a oportunidade de me deixar ser conquistada? Pensei, pensei e percebi que nunca havia acontecido. Eu conhecia alguém, me apaixonava e, se quisesse algo, tinha que correr atrás.

Mas eu quero experimentar. Eu rumei para uma nova vida apenas para experimentar, para conhecer, para me encantar. Então vou me permitir ser conquistada. Fiz várias coisas, neste ano, em que estive sozinha. Ser conquistada não foi uma delas, mas será, a partir de hoje, a partir de agora. Vamos ver aonde isso me leva. Talvez seja a coisa certa, talvez seja uma grande estupidez, mas quem disse que eu me importo com isso. Eu não sou cagona, pô!

segunda-feira, novembro 27, 2006

Coração em pedacinhos


Começo a pensar que aconteceu de novo. Deixei que outro homem mau atravessasse meu caminho. Agora, sinto meu coração doer aos pouquinhos. Mas quer saber do mais? Eu só me arrependo de não ter curtido o tanto que isso merecia. Agora? Agora é encontrar outro monstrinho lindo, eu só acho isso mesmo!

É o apocalipse


São 15h11 em São Paulo e o dia vira noite. É o apocalipse, a besta está solta, "este embrião pertence a Satã"! Eu quero a minha mãe agora! Tenho medo do escuro...

Importância ao que realmente importa


Como alguns já sabem, estou de emprego novo, agora, com carteira assinada e alguns benefícios dignos de qualquer proletariado que se preze!

Aqui, neste lugar onde já havia feito outros serviços, existe um homem que é conhecido por cochilar durante o expediente e fazer muito menos do que os demais, por um valor muito, muito alto. Aliás, se você quiser fazer o seu trabalho e o dele, ele agradece e vai pra casa mais cedo.

Durante diversas conversas, outras pessoas e eu nos perguntávamos o que acontece a determinadas pessoas para terem um rabo deste? O que acontece? Eu vou dizer a vocês. Esta semana, descubro que o homem em questão já esteve em 35 países sem muito luxo, teve aula com Sartre e Marcuse – sim, pessoais, o meu Marcuse. Mais que isso, o digníssimo senhor estava em Paris, na Sobourne, durante os anos de 68 e 69. Isso justifica o fato de ele não trabalhar muito? Não estressar com nada? Sair a hora que bem entende do trabalho e não se importar com o que os outros vão pensar? SIM, porra!

Sabem por que a resposta é sim? Porque o cara sabe dar importância ao que realmente importa: a família dele, o lazer, o viver com qualidade, o não levar seus problemas profissionais para dentro da sua casa, que deve ser seu santuário, seu refúgio.

Caras, é isso que eu quero! Ganhar dez pilas e saber perfeitamente o que realmente deve ser importante na minha vida. Isso chama-se felicidade. Deus, é tão simples!

sábado, novembro 25, 2006

Maus hábitos


Não é fácil tirar algumas pessoas de nossas vidas, arrancá-las para sempre de nossos caminhos, mas às vezes é necessário.

Deixar de falar, de pirar, de rir junto, de brigar todos os dias, apenas deixar acontecer momentos que serão sempre nossos. Questão de hábitos e hábitos nós mudamos, sejam eles bons ou maus!

sexta-feira, novembro 24, 2006

Uma nova visão


No novo emprego, o primeiro registrado em anos, tenho uma vista para a Doutor Arnaldo e para o viaduto da Avenida Sumaré. Em meu terceiro dia de trabalho, presencio uma cena que, segundo meus colegas, é comum: digamos que um homem estava tentando fazer rapel sem a cordinha. Não entenderam? Tá, vamos ao assunto, ele estava tentando se jogar do viaduto!

Já estava do outro lado quando a polícia chegou e ficou conversando com ele durante alguns minutos até que, numa rápida ação, agarraram o cabra e o impediram de cometer suiscídio!

Fico sabendo que o da semana passada não teve a mesma sorte ou o azar, ou seja, o outro pulou mesmo. Pego-me pensando "será que eu salvaria"? Porque para uma decisão desta é preciso sua vida estar um verdadeiro desastre. Quem sou eu para impedir que alguém continue nesta bosta de mundo sofrendo? Quais serão os motivos? O que pode estar tão errado?

Sim, eu mudaria muito na minha vida, mais que isso, eu mudaria minha vida pra outro lugar, mas me matar...

É, acho que ainda não é pra tanto! No máximo, como o bom e velho Raul, eu pediria que parassem o mundo para eu descer. No momento, seria apenas isso!

Ora, vejam só


Não sei se são palavras de Veríssimo, acho que não, mas já que mandaram, cá está para embelezar, glamurizar a sexta-feira!

"Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você.

Gaste mais horas realizando que sonhando...

Fazendo que planejando...

Vivendo que esperando...

Porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."

Luís Fernando Veríssimo

quinta-feira, novembro 23, 2006

Ah, antes que eu me esqueça...


eu continuo querendo ouvir coisas bonitas, pelo amor de Deus! As pessoas perderam a capacidade de falar coisas bonitas para as outras? Não é tão difícil - que bonito seu cabelo, você fala bem, sua voz é bonita, parabéns pelo trabalho, legal ser quem você é. Que mundo bizarro é este? Que mundo feio e bolorento é este? Onde está o maldito mundo cor de rosa que me prometeram antes de eu nascer? AAAAAhrg

Estou cansada...


de encontrar pessoas mais dispostas a meterem o dedo na minha cara e me acusarem de coisas idiotas, ao invés de olharem para o próprio rabo, como fazem com muita sabedoria os cachorros. FODA-SE, é assim que eu digo.

Traia seus amigos, traia as pessoas que gosta, não diga coisas boas, não diga coisas que realmente farão diferença, não seja uma pessoa legal, fale com as pessoas sem dar a mínima importância para o que elas sentem ou pensam e não fale comigo, por favor! Eu não preciso disso. Eu não preciso me sentir usada por ninguém, não preciso me sentir julgada, não preciso me sentir triste, não preciso me sentir acuada.

Mereço e tenho coisa melhor, então me deixe! Eu me recuso a sofrer por isso! Sinto muito!

Palavras doces


Talvez sejam os efeitos do Rivotril associado ao Trileptol, enfim, estou carente e tudo o que eu queria era ouvir coisas bonitas e sinceras, capazes de me fazer ganhar o dia, que fizessem me sentir bem quista, merda! Por que isso é tão difícil? Morfeu, pegue-me em seus braços e me carregue para o mais profundo dos sonhos! Eu preciso. Meu corpo está cansado, minha alma está atormentada e eu só quero paz. Paz e algumas doces palavras para alivirem a dor que sinto!

terça-feira, novembro 21, 2006



Poderia falar várias coisas sobre o filme brasileiro O Céu de Suely. Primeiro, foi, em anos, o único filme nacional que me fez ir vê-lo no cinema depois de Cidade de Deus. O título chama a atenção, pelo menos a minha. De que céu estariam falando?

No trailer, a mulher que chega na rodoviária e pergunta "qual a passagem que a senhora tem pra mais longe? O lugar mais longe daqui?" Maravilhoso! Quantas vezes já não pensei em sair daqui, ir para o lugar mais longe que eu conseguisse? As cenas em 8mm também contribuíram para me tirar de casa, num sábado sem graça, para ir ver o que Suely tinha a mostrar.

E o que foi que ela mostrou? Uma mulher jovem, com um filho, já desiludida com o amor, com a vida e linda. Uma beleza natural como há muito tempo eu não via no cinema. Seios de verdade é um susto. Ao ver mulheres como Hercila, ou Suely eu penso "meu, vale muito a pena ser uma mulher sem retoques, natural. É possível ser perfeita apenas sendo você mesma".

E você? Quer passar uma noite no paraíso? Vá ao cinema, curta a sensibiidade do que se vê, do que se mostra, aproveite as músicas, não tenha medo, dê uma espiada no paraíso e saiba porque "seria bom ter seu amor outra vez"!

O Pinky, o Cérebro e a areia movediça


Este fim de semana, ao ver o desenho O Pinky e o Cérebro, lembrei-me de algo que costumava fazer parte de meus pensamentos diários. Areia movediça!

Eu passava horas de minha existência, criando estratégias para me salvar da dita cuja, caso caísse numa poça daquilo algum dia da minha vida. E eu me preocupava mesmo com a coisa.

Junto com esta lembrança, vieram várias outras, como o pó de piripimpim, a poção gummy e as trapalhadas de Pandora. Saudade de quando podia perder tempo com pequenas, mas fantásticas histórias!

Momento de sabedora by Wikipédia
Ao contrário da imagem criada pelos filmes de cinema, ninguém desaparece dentro da areia movediça. A ocorrência da areia movediça dá-se quando finas e soltas partículas de areia são submetidas a um fluxo ascendente de água, que preenche os espaços entre os grãos, reduzindo o atrito entre eles, o que faz com que a areia se comporte como um líquido. A viscosidade da areia movediça aumenta com movimentos bruscos. Portanto, a pessoa deve movimentar-se devagar e tentar boiar, o que é muito fácil na areia movediça por causa da densidade (muito maior que na água salgada). Em alguns lugares à beira-mar, porém, há o perigo da vítima se afogar em água se ainda estiver presa na areia movediça quando a maré subir.

É, é, mais um castelo de areia destruído pela sabedoria. É por isso que eu insisto, os ignorantes são mil vezes mais felizes!

sexta-feira, novembro 17, 2006

Eu acho...


que encontrei meu sujinho, ativista, mas não tinha me dado conta! Tá, está sendo uma calmaria, quase uma brisa, muito diferente dos demais, mas está sendo perfeito!

Dias perfeitos


Tá coisas boas, não vou dizer o que, mas a madrugada de terça-feira e o feriado foram simplesmente perfeitos. E com calor, o que me deixa completamente feliz a ponto de eu fazer planos, ficar eufórica e não tomar um antideprê sequer. Obrigada sol, obrigada pela serotonina que se espalha pelo meu corpo!!! Me sinto viva, feliz e completamente sentimental, o que me deixa idiota, mas e daí? Que se importa?

Este clima de final de ano...


me dá embrulho no estômago!!! Odeio climas de recomeço, Papai Noel, gente rica gastando mundos e fundos e eu aqui trancafiada com meus pensamentos.

Esperanças lançadas ao vento


Ela se olha no espelho, por fora nada mudou aparentemente, talvez uns dois quilos a mais desde a última vez que se pesou. De qualquer forma, não é mais a mesma. Ela sente que é outra completamente diferente.

Procura a carteira. Verifica os documentos. Tudo em ordem, pelo menos no papel, trata-se da mesma pessoa.

Mas por dentro, a sua alma...

O que houve com sua alma? O que houve com a sua essência?

Não há mais o que ser feito por ela. Como continuar vivendo? Se não pode ser por ela, que seja pelos outros.

Perdeu a capacidade de gostar. Perdeu a capacidade de sentir o sangue quente percorrendo todo o seu corpo. Perdeu o interesse pela própria vida.

Olha ao redor, a mala com poucas coisas estão prontas. O lugar? O que importa? Sempre há gente precisando de quem não tem mais nada a perder em algum canto do mundo.

Encara o espelho pela última vez., a próxima com certeza não será mais ali, não será mais por ela, apenas pelos outros. E que venham os outros. Que eles a façam sentir-se viva de novo!

sábado, novembro 11, 2006

Menino bonito


Lembro de você e invejo a Rita Lee. Em quem será que ela pensava quando escreveu Menino Bonito?

Não é impressionante quando lemos algo, ou ouvimos uma música e nos perguntamos “por que não fui eu quem disse isso”? Simplesmente porque fala tudo o que pensamos, que sentimos, as sensações que tenho quando passo minhas tardes dividindo e fazendo planos insanos com a tua pessoa!

Um banho de chuva, num dia quente de verão. A polícia ao nosso lado, sem saber que as estátuas são duas pessoas nuas escapando! Um êxtase para amar o mundo, uma balada pra dançar e se acabar. As dicas de filmes, a tua biografia, os nossos extraterrestres, o teu jeito de moleque e como me surpreende com a tua inteligência. A população ribeirinha, o fazer pelos outros porque por nós já não dá mais.

Risadas...
Adoro quando me faz rir, quando me conta tuas histórias, quando me ajuda a perder o medo de moto e eu posso curtir isso tão bem num dia ensolarado em Bauru. Adoro seu cabelo avoado como o de Einstein, o modo como fala e me paralisa e faz todo o ambiente transbordar com a tua presença, mesmo quando não está lá. Tuas críticas, o jeito como me mima, mesmo sabendo que não gosto disso. O jeito como me provoca e me tira do sério, e me faz desacreditar em tudo para logo em seguida me transformar na pessoa mais crente do mundo!

Se eu pudesse ter um super-poder sabe qual seria? Eu saberia falar a coisa certa sempre. Como não sei, faço das palavras de Lee, as minhas e, substituo a pessoa que a inspirou por você, aposto que, se ela te conhecesse, concordaria que não deixa nada a desejar!

Menino Bonito
Lindo,
E eu me sinto enfeitiçada, yeah
Correndo perigo
Seu olhar
É simplesmente lindo
Mas também não diz mais nada, yeah
Menino bonito
E então quero olhar você
Depois ir embora
Sem dizer o porquê
Eu sou cigana
Basta olhar pra você

sexta-feira, outubro 27, 2006

Algum remédio antimonotonia


Merdas acontecem. Ok, despedida mais uma vez, terceiro emprego em um único semestre. Não ligo, eu nunca ligo, mas ontem parecia que o piano caíra sob a minha cabeça.

Eu quero o mundo, quero engolir e ser engolida por ele, mas desse jeito não dá, cara!

Quero meu Che Guevara, alguém que tenha os mesmos ideais que eu, que se amarre em árvores, que salve as baleias, que queira acreditar na humanidade, que leia bons livros e que viva em outra casa - a minha é só minha!

Quero fugir desta cidade, quero um lugar que me respeite, quero ir ao cinema, sair com os amigos, ir ao teatro, comprar toneladas de livros e não me preocupar com a conta no final do mês.

Quero dançar como uma louca, quero pirar, quero correr no meio da chuva, quero gritar "porra, mãe, eu te amo, mas eu sou assim", quero um remédio antimonotonia!

quinta-feira, outubro 26, 2006

Algumas coisas sobre Lola


Lola Mendonza é uma pessoa que já se fudeu muito na vida, mas está mandando os problemas pro espaço. Corajosa, foi morar num treme-treme para poder ser a mulher que queria, e está conseguindo.

Usa as roupas que gosta porque tem algo chamado estilo! Faz sexo com quem quer, curte escultura em argila, é uma ótima profissional, gosta do que faz e é fodida de boa nisso. Lola é uma garota intensa. Que não engana e nem se engana, que não vive pela metade, que tem ideais e que não os trai.

Lola, pela primeira vez, permitiu-se dizer não. O príncipe virou um sapo? Manda ele de volta pra lagoa! Tá para nascer o homem que despedaçará novamente o coração de Lola, ainda mais falando sobre o seu jeito. Talvez ela aceite isso do George Clooney, mas ele teria que ouvir poucas e boas depois. Taí, George Clooney, um cara que não é loser pode dizer à Lola o que pensa, mas só ele, e não qualquer motoqueiro desempregado e sem aspiração a nada!

quarta-feira, outubro 25, 2006

Dopadamente dopada


Definitivamente Trileptol associado ao Rivotril farão um estrago imenso no meu cérebro. Estou acabada, mal me agüento de pé de tanto sono, tudo porque tomei os remédios tarde e não dormi o suficiente, ou seja, estou lascada.

O pior da história é que a dose do Trileptol passou de 300 mg para 600 mg, sinto que desta dosagem eu não passo, eu morro, juro que morro, morro de tanto dormir. É isso o que chamam de moderador de humor? Céus, realmente estou nas nuvens e planejando um monte de bobagens. Meu cérebro, vem e vai, vem e vai, um dia ele não volta!

Preciso da minha cama, do meu travesseiro gostosinho e de um cafuné AGORA!!!

terça-feira, outubro 24, 2006

Frases de (d)efeito


Semana mal começou e eu já sei que vai ser óóótima!

Frase de um amigo dita a mim, após uma aula de economia: Seu PIB tá em alta você sabe disso!

Frase de um amigo ficante e que promete ser o hit deste final de ano: sabe, eu tenho alguém. A gente pode sair, mas não se apegue ... (ha, ha, ha)

Frase do psiquiatra após saber que não tomei o medicamento direito: Adianta eu pedir para você se comportar? (com voz de chorão)

Frase do psicólogo sobre minha suposta realeza: Você parece uma princesa, mas fugiu do castelo! (eu posso com este deboche?)

Sais, preciso tomar um banho com o sabonete do descarrego da Igreja Universal do Reino de Deus. Valhei-me!

segunda-feira, outubro 23, 2006

Feliz por nada


Hoje, é um dia atípico na vida de uma bipolar. Estou extremamente feliz. Com o quê? Eu mesma me pergunto. Talvez com a nova tintura dos cabelos que está linda. Com a depilação maravilhosa. Com a bolsa e a camisa novas que comprei no final de semana.

Penso, penso, mas não são estas coisas. Sei que é algo além. O sol? É o dia está mais bonito hoje, talvez seja ele. O fato é que talvez, hoje, eu simplesmente esteja feliz, sem razão aparente, apenas feliz, como todos deveriam ser, sem me importar com o que vai acontecer daqui meia hora, e isso é tão bom que quero aproveitar casa segundo, cada milésimo de segundo, eu só quero explodir de alegria, só isso!

sexta-feira, outubro 20, 2006

Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios


Um dia, vi uma entrevista com Marçal Aquino e adorei, desde então, prometo a mim mesma que tenho que começar a ler seus livros.

Bem, seu último lançamento chama-se "Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios". Não sabia que era dele, vi na net, achei o nome lindo e quando dei por mim, lá estava eu, de novo apaixonada por Marçal Aquino e as coisas que escreve, encantada!

"Nunca acreditei em Diabo, apenas em pessoas seduzidas pelo mal". Sim, o mal é extremamente sedutor, Sr. Aquino. Como é que se escapa dele?

quinta-feira, outubro 19, 2006

Diferentes óticas


Passei o dia resmungando por causa do tempo feio, a garoa fina, o frio, o céu nublado. Porém, agora, quando a noite cai e me preparo pra dormir, ouço, lá fora, o barulho da chuva caindo, e acredeço aos céus por ter meu sono embalado por ela, a mesma chuva que tanto me pertubou durante o dia e que agora vem acalmar minha alma, meus pensamentos, vem para a sua vigília!

"olha como a chuva cai e faz barulho aqui na telha
faz um som assim, um barulhinho bom, faz um som assim, um barulhinho bom"

quarta-feira, outubro 18, 2006

Eu que costumava ser...


tão serelepe e faceira, agora não passo de uma rochinha rolando de um lado pra outro da vida.

terça-feira, outubro 17, 2006

Permita-se...



dizer não, quando sentir que vai se machucar, que a história vai se repetir, que você só se sente feliz com conflitos, que talvez você seja masoquista e que isso pode parecer prazeroso, no início, quando você decide apostar todas as suas cartas, mas que também é um processo extremamente doloroso. É esta a vida que quer? Experimentar? Com qual objetivo? Até quando? Pra sempre? Você aguenta, Lola?

Alguém aí do outro lado sabe as repostas para todas estas perguntas, porra!?!

sexta-feira, outubro 13, 2006

Semana dos porques


Esta semana, queimei meu cérebro pensando em tantas coisas que, às vezes pra mim, não fazem o menor sentido, mas eu queria tanto saber!

Por que as pessoas mentem para as outras? Por que não podemos ser o bastante para alguém? Por que eu não acredito em monogamia e fidelidade? Por que eu me sinto um et? Por que eu tenho que estar sempre na contracultura? Por que tenho que viver à margem e me sentir completamente fora de foco? Por que sabotamos a nossa felicidade? Por que existe a porra do porquê?

Então, de repente, ele, mais uma vez, salva o meu dia, a minha semana, a minha alma e todas as suas neuras!

Lola: Como, Freud?

Freud: Ser inteiramente sincero consigo próprio é um ótimo exercício.

Lola: É, eu não havia pensado nisso ainda, mas dói!

terça-feira, outubro 10, 2006

Pensamentos


são nossos pequenos tormentos. Às vezes, tudo o que eu mais queria era poder deixar minha mente completamente vazia, mas eu não posso...

domingo, outubro 08, 2006

Resolução de final de semana


Vou me revisitar, sim. E para dar um tempo nas rotações, farei aulas de escultura em terracota. Assim, pretendo voltar minhas tensões sexuais para as mãos, para as artes!

A sabedoria dos astros


"Fonte dos desejos, seu aquário em ebulição. Bota ebulição nisso. Jogue a moedinha e será atendido. Nem a pau, tô duríssima. Não precisa procurar muito longe, os milagres são todos seus. São meus, eu sei, eu sei, eu sei. Você andou por muitos lugares, conheceu os endereços mais quentes e as maiores frias... É incrível o quanto consegui viver em menos de um ano. Já está de bom tamanho. Sim, eu estava me sentindo meio cansada mesmo. Agora já dá pra voltar pra casa, processar a experiência, mirar-se no espelho, se rever". Voltar? Será? Eu não seria tão radical, mas rever-se, agora, é essencial à alma.

quarta-feira, outubro 04, 2006

sexta-feira, setembro 29, 2006

Por que as coisas não podem ser perfeitas de vez em quando?


Há coisas que devem ser vividas e não supostas. Então, que venham as vivências com tudo que elas possuem de mais lindo e horrendo. Estou preparada para a batalha, se ele for como eu imagino. O que não deve ser, claro, porque as coisas não são perfeitas, ainda mais quando idealizadas. Em resumo, estou pronta!!!

quarta-feira, setembro 27, 2006

Uma flor de mandrágoras


Será que mereço tudo isso? Não importa, foi feito pra mim e me sinto encantada!

uma flor de mandrágoras

vestida de terras azuis

enlaça o espaço das gavetas
e baila
nas linhas
de uma ode

beija o céu
de vozes
rompe os olhos

uma flor de mandrágoras

claridade negra

persiste

inquieta solidão de acasos

cindir o espaço
do verso

rocha magmática
que brota

de um vulcão
de colibris

a boca
borboleta de marfim

pousa

quietamente
num sol

de acarás bandeiras

aberto
no silêncio

das noites

Darwin Ferraretto

terça-feira, setembro 26, 2006

Poder eternizar


Uma das coisas que me incomodam profundamente é não poder guardar o exato momento em que um sentimento muda. Quase sempre isso é lento, suave e imperceptível. Mas quando podemos capturar tal momento, não há nada que nos deixe mais embriagados.

Poder lembrar da conversa, de cada palavra que foi dita e do exato momento em que seu coração sofreu aquele abalo, sua circulação sangüínea aumentou, você ficou sem palavras e nada mais foi como era antes...

Ser leviano é...


julgar ou proceder irrefletidamente, irresponsavelmente, incoscientemente. O que Diabos fazem os homens serem tão levianos?

Não é mais simples dizer "hey, vamos dar uma bem gostosa pra relaxar, pra gozar, porque tenho tesão em você"? Qualquer coisa deste tipo é mais apropriado que dizer coisas, fazer com que acreditemos em coisas somente para trepar e mais nada! Trepar é bom, todo mundo gosta e com verdade é melhor ainda!

Um dia, tinha 15 anos, era virgem, passeava pela Praça da República e comecei a ver umas bijuterias de um hipongo. Em menos de dez minutos ele me conidou para transar, assim, na boa, na calma, com todas as letras. Eu, virgem e pura, disse que não com a mesma tranquilidade com que ele havia falado comigo. Não queria que minha primeira vez não fosse com alguém que não amasse. Anos depois, lembro da cena e penso "lá se foi o único homem que não era leviano e cruzou meu caminho"!

Por que é tão difícil ser verdadeiro, ser direto, ser quem realmente somos. Sem leviandade, sem mentiras, apenas quem somos?

Deus é um senhor bem irônico


Nos últimos dias, duas notícias me fizaram pensar que Deus tem um senso de humor peculiar.

O Coronel Ubiratan Guimarães, acusado pelo massacre do Carandiru, é supostamente assassinado pela própria namorada, sem ao menos tentar reagir!

Enquanto isso, Bin Laden, o cabeça do atentado às torres gêmeas supostamente está morto. E morreu de quê? O cara elabora um plano daquele, muda todo o mundo depois de seu ataque e morre vítima de TIFO?

Deus não é apenas um justiceiro, ele é um cara cruel!!!

sábado, setembro 23, 2006

Coisa simples


Tudo que eu queria era encontrar alguém que fizesse eu me sentir viva. Nesta busca, cometi tantas cagadas que quase não me reconheço mais. Nunca fui santa, será? Será que nunca mais vou sentir o meu coração bater muito rápido e apertado no peito, minhas pernas tremerem, o calor tomar conta de todo o meu corpo e planos, será que eu nunca mais farei planos para o futuro com ninguém? Algo tão simples e estou tão cansada...

domingo, setembro 17, 2006

Pro dia nascer feliz...


Nada melhor que aquela cólica e aquele sangue todo escorrendo pelas suas pernas, depois de você ter pensado: "sim, talvez eu esteja grávida, não é a melhor hora, mas talvez eu seja mãe".

Respiro aliviada, recebo um telefonema do Sr. Tranqueira me fazendo um pedido de namoro meio gauche, e não era o torto de Carlos Drummond de Andrade. Penso em aceitar, mas ainda estou ressabiada com a vida. Na cabeça, cantarolo ao trecho da música Tigresa "com alguns homens fui feliz com outras fui mulher".

Vou à EduCanadá, falo em inglês com um monte de gente e volto a fazer planos para um novo intercâmbio em 2007, afinal de contas, eu não vou ser mãe! Não desta vez, não agora, mas a idéia começa a ser melhor aceita por mim!

sábado, setembro 16, 2006

Nem um ano de solteirice e ...


Passarei o final de semana a me torturar com a probabilidade de estar grávida e não é de uma nota musical! Se tudo o mais falhar, ou seja, se a dita menstruação atrasar mesmo até terça-feira, irei fazer o exame de sangue.

Caras, não posso estar grávida, isso só pode ser um susto divino, sim, nestas horas eu deixo o budismo de lado e volto à boa e velha culpa cristã. De qualquer forma, a loucura que me acompanha já me faz pensar que, se for menina tenho que decidir o nome entre Luísa ou Helena. Se for menino, será Matheus!

Boas novas, na próxima semana!

Grávida

Marina Lima /Arnaldo Antunes

Eu tô grávida Grávida de um beija-flor Grávida de terra De um liquidificador

E vou parir Um terremoto, uma bomba, uma cor Uma locomotiva a vapor Um corredor

Eu tô grávida

Esperando um avião

Cada vez mais grávida

Estou grávida de chão

E vou parir Sobre a cidade Quando a noite contrair E quando o sol dilatar Dar à luz

Eu tô grávida

De uma nota musical De um automóvel De uma árvore de Natal

E vou parir Uma montanha, um cordão umbilical, um anticoncepcional Um cartão postal

Eu tô grávida

Esperando um furacão, um fio de cabelo, uma bolha de sabão

E vou parir Sobre a cidade Quando a noite contrair E quando o sol dilatar Vou dar a luz

quinta-feira, setembro 14, 2006

Aos poucos, o regresso


Well, well, well. Estive fora do ar por alguns dias, na verdade, fora de órbita mesmo. A impressão que tenho é que minha alma abandonou meu corpo e resolveu assistir de longe a tudo o que ele, sem ela, pode fazer de burrices, cagadas e outras cositas mais!

Vamos tentar voltar aos poucos. O bom de sair da órbita é que, em alguns momentos, sentimos mesmo que nossa alma precisa de um descanso para se refazer.

Acabei encontrando um texto de uma senhora chamada Rosana Braga que diz: "Assim como há um tempo de se expor e arriscar tudo em nome deste sentimento, também chega o tempo de se introspectar e recolher seu coração, ainda que o mesmo sentimento continue pulsando ou que você esteja na mesma relação. Somente cada um pode avaliar o quanto foi se distanciando de si mesmo em nome do outro, o quanto foi perdendo a direção de sua própria vida em busca de respostas que não são as suas. Além disso, estar em repouso é um ótimo estado para rever seus desejos e se questionar sobre o que realmente está fazendo de sua vida. Porque algumas vezes a gente simplesmente perde a referência e fica tão confusa que já não consegue perceber o que é que está buscando, para onde está indo, onde quer chegar."

É isso aí, estava sentindo tudo isso, mas como minha alma caiu fora, não estava conseguindo me expressar. Obrigada, Dona Rosana!

Vou tentar voltar a escrever porque me faz bem, também vou tentar olhar mais para meu interior e ver se as cagadas são realmente o que procuro. Tenho faro fino para tranqueira e isso está me assustando um pouco, mas se esta sou eu de verdade, querida, seja bem-vinda!

segunda-feira, setembro 04, 2006

Sintetizando minhas angústias


"Eu quase que nada sei, mas desconfio de muita coisa." - João Guimarães Rosa

É isso aí, eu desconfio mesmo! Por exemplo, eu acho que há um plano mirabolante, por parte dos homens que se aproximam de minha pessoa para que eu vire lésbica. Sim, todos eles fazem algum tipo de cagada que me faz pensar "não, agora eu tenho que gostar de mulher"! Depois eu reflito, reflito e acho que ainda não chegou o momento, mas a pulga fica na cabeça - "será que eles querem viver num mundo lésbico e por isso são tão idiotas?"

Cuidado, meninas, muito cuidado!

sexta-feira, agosto 25, 2006

Poema em linha reta


Vamos colocar um pouco de beleza e acidez nesta porcaria de vida!

Poema em linha reta (Fernando Pessoa - Álvaro de Campos)


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

E a vida caminha lentamente


Às vezes, gostaria que as coisas andassem mais rápido. Que eu decidisse logo com quem ficar, tivesse filhos, resolvesse trabalhar num único lugar o resto da vida, curtisse meus netos e morresse. Pronto, tudo muito simples e rápido. O problema é que não consigo.

Uma vida mais simples? Ora, ora, eu tenho uma vida simples e as coisas que eu desejo não me fariam deixar de tê-la, eu só queria mais intensidade, mais vontade, menos preguiça, menos desânimo. Será que isso é pedir demais? Heim?

quarta-feira, agosto 23, 2006

E Bárbara Abramo diz


AQUÁRIO
(21 jan. a 19 fev.)
A partir de hoje, com a Sol transitando Virgem (fudeu, é o signo da minha mãe), o aquariano encontra-se numa fase em que sua razão pode torturar com perguntas difíceis, verdadeiras charadas filosóficas (gente, deve ter alguma coisa errada comigo, eu faço isso sempre). O debate e a troca intelectual ajudam a esclarecer e a transformar mentalidades (a minha mentalidade ou a dos outros? Eu insisto em ler esta droga diariamente para me dar certezas, não dúvidas). Sem medo de mudar, siga abrindo seu coração (primeiro, eu não tenho medo de mudar. Segundo, alguém me dê um facão, porque a mata que tomou conta do meu coração tá difícil de atravessar. O que fizeram comigo? O que diabos eu fiz comigo? Parece que minha alma se foi e eu não quero viver sem ela!).

Trilha sonora do dia

Iste som bem alto, acompanhado de um bom vinho é capaz de fazer aquele estrago na alma, mas é uma sensação boa! Eu acho...

Nada a perder (Danilo Caymmi)

Nada a perder
pra quem não tinha nada a ganhar
é como ver o dia morrer
a noite chegar
o tempo passar
e quem vai ficar
de bem com a vida,
quem vai ficar
com a chave da saída que dá
pra outro lugar
que não seja aqui


segunda-feira, agosto 21, 2006

E o seu corpo já não é o mesmo de quando nasceu



Plantão Lola informa


Esta noite promete ser a mais fria do ano. Preparam os chás, cobertores, aquecedores e, para aqueles que tiverem, seus parceiros (as) ou bonecos (as) de borracha, para acalentar os pezitos, porque ja está foda! São nestas horas que eu penso: "foda-se a maldita camada de ozônio! Eu quero os raios UVA e UVB penetrando e aquecendo a minha pele sem medo de ser feliz, porra!"

Amigas são amigas


"Quero ser uma Diva Inatingível. Eu quero ser isso. Venerada, inatingível, sonho de consumo, objeto de desejo inabalável, amor platônico de adolescentes....
A mulher da punheta dos homens. Pisar com salto agulha e pedirem mais. Enfim, uma diva"

Você já é, malucona!

quinta-feira, agosto 17, 2006

Coexistence


entre os meses de agosto e setembro, quem quiser me encontrar, favor dirigir-se à Praça da Paz, no Parque do Iberapuera, onde serei monitora da exposição Coexistence mostra de arte gigante e itinerante, inaugurada em 2001 como resposta ao ciclo de violência em algumas regiões de Jerusalém. A exposição tem a proposta de sensibilizar e conscientizar a sociedade para a importância da integração, diálogo e do respeito ao ‘outro’ levando uma mensagem de diálogo e entendimento universal.

E lá estarei eu, com alunos de 1ª a 4ª do ciclo 1 do ensino fundamental, tentando dizer que é possível pessoas diferentes viverem em harmonia, apesar de Israel e Líbano estarem em conflito. Espero que as crianças sejam bem burrinhas e não me perguntem nada sobre isso!

Para quem quiser mais informações sobre a exposição, basta acessar os sites Coexistence Brasil ou Coexistence Israel.

É isso aí, pessoais!

quarta-feira, agosto 16, 2006

Things ...


What lips my lips have kissed, and where, and why,
I have forgotten, and what arms have lain
Under my head till morning; but the rain
Is full of ghosts tonight, that tap and sigh
Upon the glass and listen for reply,
And in my heart there sits a quiet pain
For unremembered lads that not again
Will turn to me at midnight with a cry.
Thus in the winter stands the lonely tree,
Nor knows what birds have vanished one by one,
Yet knows its boughs more silent than before:
I cannot say what loves have come and gone,
I only know that summer sings in me
A little while, that in me sings no more.

Obs: não sei quem é o autor, mas não sou eu!

domingo, agosto 13, 2006

Qualquer coisa que se sinta...


Sexta-feira foi mais um dia de cão! Sem grandes delongas, o que salvou a minha existência foi ter ouvido, no caminho de volta pra casa, a música Socorro, de Gal Costa. Tudo fez sentido!

Os momentos mais tristes, mais felizes ou mais bossais de minha vida sempre são marcados por alguma canção. Aliás, se tem uma coisa na qual o homem superou o criador, seja ele quem for, foi a possibilidade de nos dar a música perfeita para todos os momentos. De repente, simplesmente a música deveria começar a tocar para embalar a merda que fosse!

Pois bem, tendo feito estas considerações, lá vai a letra que tem tudo a ver com a minha situação atual em todos os âmbitos de minha nada graciosa vida!

Socorro by Gal Costa

Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar, nem pra rir
Socorro, alguma alma, mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor, já não sinto nada
Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate, nem apanha
Por favor, uma emoção pequena
Qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Em tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Socorro, alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada
Socorro, eu já não sinto nada, nada

sexta-feira, agosto 11, 2006

Mais sobre o pan


Well, well, well

Fiquei muito surpresa e feliz em saber que minha decisão de me tornar pansexual foi aceita por tantos amigos! Agradeço o apoio e adianto que curtirei ao máximo esta nova fase. Hoje, por exemplo, pretendo me relacionar com minha primeira tatuagem, que será feita esta noite e é uma flor de lótus liiiinda de morrer!

Para quem não sabe, a flor de lótus é olhada com respeito e veneração pelos povos orientais e é freqüentemente associada a Buda, por representar a pureza emergindo imaculada de águas lodosas. O Lótus também simboliza a expansão espiritual, do sagrado, do puro. É isso aí, pureza total!

Para quem ainda acredita em palavras ...


Para aquelas pessoas que, como eu, ainda acreditam que pessoas podem mudar o mundo com palavras, seguem dois manifestos divulgados pela internet e que pedem respeito à soberania cubana e o cessar-fogo no Oriente Médio. É rápido, é fácil e sempre vale a pena demonstrar nossa indignação quando temos oportunidade!

Manifesto exige respeito à soberania de Cuba

Cessar-fogo já

quarta-feira, agosto 09, 2006

Passeata pela paz no Líbano


Domingo, 6 de junho, 10h da manhã, Praça Oswaldo Cruz. No local, homens vestidos com camisetas de apoio ao Hezbollah, mulheres usando véus e carros de som anunciavam ao que vieram: protestar contra a guerra no Líbano. Mas havia algo de podre no reino da Dinamarca, sempre há!

No meio do pessoal, também está Lola Mendonza e alguns membros do Movimento e Partido Humanista, pedindo, claro, que a paz fosse estabelecida entre Israel e o Líbano.

A passeata começa e com ela surgem os primeiros gritos de protestos, puxados, geralmente pela Juventude do PSTU: morra Ariel, morra Bush, morra o Estado de Israel, devo ter esquecido de citar mais alguém – foram muitos desejos de morte naquele dia. Mas não era uma passeata pela paz? Será que eu, em mais um devaneio produzido pelos psicotrópicos, havia parado no lugar errado?

Nananina não. Eu estava no lugar certo, apesar de ter sido incapaz de desejar a morte do Ariel Sharon que, cá entre nós, não tem um dedo sequer nesta batalha, pois já está mais pra lá do que pra cá há meses, completa falta de informação!

E o que dizer dos jovens do PSTU? Acho que foram todos arrancados do começo do século passado e jogados no início do segundo milênio. Pessoas duras, inflexíveis, amargas, leninistas até o último fio de cabelo e claro, não devem fazer um bom e revigorante sexo há muito, muito tempo! Volta pro mar, oferenda!

Well, deixo aqui o meu protesto. Sou contra o massacre que Israel está promovendo contra o povo libanês. Também sou contra as táticas de terror impostas pelo Hezbollah ao povo israelense. Reconheço que o grupo é uma resistência, mas acredito nas formas de resistências pacíficas. Quais são elas? Filhote, se eu soubesse, eu me candidataria. Por mim, todo mundo virava budista ou ia aprender a negociar com Ghandi, lendo sua história e suas conquistas realizadas com muita paz e sabedoria.

Finalizo este pequeno desabafo, com um poema de Carlos Drummond de Andrade.

Os Ombros Suportam O Mundo

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Eu vou ser pan


pansexual
pan.se.xu.al: (cs) adj (pan2+sexual) Referente ao sexo em todos os aspectos.

Após várias reflexões sobre os motivos que fazem certos homens serem tão lesados, medíocre e caretas, resolvi que serei pansexual. Sim, amiguinhos, após várias investidas em pessoas que não mereciam sequer um olhar mais meigo, resolvi que a pansexualidade é a luz que eu procurava no fim do túnel.

Cansei, cansei total de me relacionar com serem humanos, com animais acho asqueroso o que me faz pensar nas plantas. Ah, as plantas, como são meigas não?

De agora em diante, farei sexo com o mundo, desde que este mundo não pertença ao reino animal. Árvores, cactos (ui), almofadas, cachoeiras, rochas, a hora de vocês chegou! Vou mostrar a vocês o fruto proibido, a árvore da sabedoria, levarei a vocês a libertinagem, sem preconceitos, sem julgamentos, apenas pelo ato de amar livremente.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Efeitos da Fluoxetina


Por incrível que pareça, estes dias nublados não afetaram em quase nada os níveis de serotonina no meu querido e estimado cérebro. Ontem, consegui rever amigas queridas, demos muita risada, quase não dormi com as molecagens do meu gato e hoje amanheci cantarolando uma música do Rei que não saiu da minha cabeça até agora. Compartilho com vocês o momento euforia de meu Distúrbio Bipolar ao lado dele - Roberto Carlos!

Além do horizonte

Além do horizonte deve ter
Algum lugar bonito pra viver em paz
Onde eu possa encontrar a natureza
Alegria e felicidade com certeza.

Lá nesse lugar o amanhecer é lindo
Com flores festejando mais um dia
Que vem vindo
Onde a gente pode se deitar no campo
Fazer amor na relva escutando
O canto dos pássaros
Aproveitar a tarde sem pensar na vida
Andar despreocupado sem saber
A hora de voltar
Bronzear o corpo todo sem censura
Gozar a liberdade de uma vida sem frescura.

Se você não vem comigo tudo isso vai ficar
No horizonte esperando por nós dois
Se você não vem comigo nada disso tem valor
De que vale o paraíso sem amor

Além do horizonte existe um lugar
Bonito e tranqüilo pra gente se amar.

Lalalalalalarala, lalalalalalarala...

Se você não vem comigo tudo isso vai ficar
No horizonte esperando por nós dois
Se você não vem comigo nada disso tem valor
De que vale o paraíso sem amor

Além do horizonte existe um lugar
Bonito e tranqüilo pra gente se amar.

Lalalalalalarala, lalalalalalarala...

quarta-feira, agosto 02, 2006

Pela última vez, prometo


É a última vez que falo de você neste espaço, espaço que foi criado para que eu conseguisse me livrar aos poucos de sua presença que insistia em dominar toda a minha cabeça.

Hoje, posso dizer que é realmente adeus. Por que tanta certeza? Porque descobri, finalmente, o que fez com que pouco mais que um mês se tornasse tão importante.

Você apareceu, ou terei sido eu a me jogar em sua frente? Não importa, você esteve presente em minha vida quando eu mais precisei de silêncio, de calmaria, de paz. Por mais turbulento que possa ter parecido, naquele momento “o seu silêncio me salvou”, lembra-se disso? Será que está lendo isso? Se sim, agradeço por tudo. Se não, o tempo se encarregará do resto com certeza.

Adeus.

terça-feira, agosto 01, 2006

Os comandantes de Auschwitz


Quando entrei em Auschwitz, percebi que os três diretores eram conhecidos, mas eu não me lembrava de onde os conhecia. Ontem, ao vê-los todos reunidos na festinha de aniversário mensal que promovem para os colaboradores forçados, eu vi a luz. Meu chefes são: Darth Vader, Cruela DeVil e Vovó Zilda!!!

Fim dos tempos


Marky Ramone vai discotecar na casa noturna Vegas, na Augusta, nesta quinta-feira, dia 3 de agosto - o mês do desgosto e do cachorro louco. Como assim? Ele não é punk? Sabem o que é o pior, tô doida pra ir!!! Caralho!

segunda-feira, julho 31, 2006

Se eu pudesse...


Se eu pudesse, daria a todos um amor verdadeiro ao menos uma vez na vida
Se eu pudesse, daria a todos um momento de verdadeira paz ao menos uma vez na vida
Se eu pudesse, daria a todos um instante de pura alegria ao menos uma vez na vida
Se eu pudesse, daria a todos a oportunidade de rir a melhor das gargalhadas ao menos uma vez na vida
Se eu pudesse, daria a todos o gosto de provar o valor de uma amizade sincera ao menos uma vez na vida
Se eu pudesse, daria a todos aquele abraço que faz toda a diferença ao menos uma vez na vida
Se eu pudesse, daria a todos aquele silêncio que diz tudo o que precisamos ao menos uma vez na vida
Se eu pudesse, daria a todos a oportunidade de se verem e serem vistos como pessoas realmente lindas, independente do que diz qualquer padrão rídiculo, ao menos uma vez na vida
Se eu pudesse, daria a todos a possibilidade de apreciar o valor imensurável que as coisas simples podem nos dar ao menos uma vez na vida
Se eu pudesse, daria a todos a canção perfeita para acompanhar nossos delírios ao menos uma vez na vida
Se eu pudesse, daria a todos ao menos um instante de verdadeira felicidade para que pudessem ter sempre à mão quando se sentissem mal amados, aflitos, tristes, sozinhos, rodeados de vozes que não dizem nada e de coisas aparentemente valiosas que não acrescentam.
Se eu pudesse, daria às pessoas a oportunidade de sentirem felizes ao menos uma vez na vida...

Cabeçudices


"Quanto mais nos elevamos, menores parecemos diante dos olhos daqueles que não sabem voar". Nietzsche

quarta-feira, julho 26, 2006

Lost com Rodrigo Santoro


Um pouco de amenidade, pelo amor de Deus! Acabei de ler que o Rodrigo Santoro participará da terceira temporada de Lost. Eu não vejo a série porque já perdi tudo mesmo, mas não conheço um amigo meu que veja e não esteja viciado. Eu apenas pensava, ao ouvir os comentário - dia desses eu alugo. Well, o dia chegou, preciso saber de tudo, antes do meu amado, querido e idolatrado entrar em cena. Rodrigo, estou tão feliz por você, baby. Te amo!

Contradições...


O mundo seria muito mais fácil se não fôssemos tão dialéticos, tão ambíguos, tão contraditórios! A oportunidade de sair de Auchivitiz surgiu, mas para isso teria que voltar a trabalhar com uma pessoa com a qual já trabalhamos juntas três vezes e não deu certo. Dúvida mais que cruel, depois de queimar os poucos neurônios que me restam, optei pela prisão, afinal, conheço a outra opção que tem lá suas vantagens, como o fato de ser mais perto, mas que nem de longe me proporcionaria a possibilidade de crescimento que tenho aqui - é a primeira vez que trabalho em uma empresa grande, podre, mas grande.

Enfim, não sei o que significa ter feito esta escolha, ou melhor, sei, mas tenho medo de não poder me encarar no espelho depois disso. Será? Escolhi porque é um desafio trabalhar num lugar totalmente diferente de todos os outros, porque posso aprender coisas novas, porque posso juntar dinheiro para o projeto Canadá 2007 ou 2008, vai depender da pós, porque preciso de um pouco de estabilidade. Na contramão de tudo isso, também posso virar assessora de imprensa de vez, o que eu não quero nem a pau, trabalhar para o inimigo - uma indústria de papel e celulose - ter que pegar busão lotado e acordar cedo, ou seja, vida de rato de laboratório.

Crescimento, estabilidade, dinheiro. Desde quando isso sou eu? Será que me transformei nisso mesmo? Jesus Nazareno, eu me recuso a acreditar nisso!

terça-feira, julho 25, 2006

segunda-feira, julho 24, 2006

Amanhã é dia de psiquiatra...


Amém, Jesus, já não era sem tempo. Em sua homenagem, Dr. Mário, uma tirinha mucho loca pra você!

Desabafos


Nada contra fazer clipping, alguém precisa fazer o trabalho sujo! Mas não eu, não uma pessoa com cinco anos de experiência, preparando-se para o início da primeira especialização. Minha auto-estima já está baixa o suficiente para eu me submeter a um trabalho automático, massificante e que não me dá o menor tesão e vamos combinar, é preciso tesão para fazer a coisa certa, isso em qualquer instância da vida: profissional, pessoal, sexual e tudo o mais que nos faça sentir vivos!

O salário é pampa? Para quem só faz isso, até que sim, mas o que me importa mais, um cérebro que funcione, seja lá para o que for, ou uma conta bancária que me dê status e algumas cositas a mais? Bem, pode parecer idiotice, idealismo que não me levará a nada, mas eu ainda prefiro o meu cérebro, com todos os pensamentos insanos aos quais ele me submete. Estou sufocada e não suporto sentir isso. Estou perdendo minha vida e preciso acreditar que algo melhor vai aparecer no meu horizonte por mais mirrado que ele esteja ultimamente!

Yo quiero llorar!

Tudo pra ser feliz - Totonho e os Cabras
Eu,
Tinha tudo pra ser feliz
Segundo grau completo (mentira, eu já estou matriculada numa pós até)
Curso de Datilografia (hunf, eu sei usar computador)
Uma passagem de ônibus (eu tenho de avião, pô)
Pra outro lugar do país (para outra parte do mundo, véio)
Porque ela não me quis? (porque ele é um limitado, loser, fracassado)
O quê que eu posso fazer? (nada, não se pode fazer nada com isso)
O quê? O quê? O quê? (já respondi, nada!)

Propostas para um novo mundo


Well, tentando superar o fato de minha cachorra ter morrido neste final de semana, vou tentar falar de boas coisas. Fórum Humanista Brasileiro: mais de 300 pessoas reunidas no Rio de Janeiro para discutir problemas e propor ações nas áreas de educação, saúde, ecologia, integração latino-americana, desenvolvimento local, juventude, direitos das mulheres, entre outras coisas.

Bom saber que apesar de a maioria não ser mais adolescente, ainda acredita que pode melhorar o mundo, bom saber que ainda há pessoas dispostas a lutarem por uma sociedade mais justa, não violenta, mais feliz, bom poder estar rodeada de pessoas com esta energia, bom saber que não está sozinha! Bom saber que ainda podemos acreditar em uma humanidade de fato mais humana, capaz de tratar os outros com respeito, com dignidade!

“É a fé no nosso destino, é a fé na justiça de nossa ação, é a fé em nós mesmos, é a fé no ser humano, a força que anima nosso vôo.

Porque não é o fim da História, nem o fim das idéias, nem o fim do homem, porque não é tampouco o triunfo definitivo da maldade e da manipulação, é que podemos tentar sempre mudar as coisas e mudarmos a nós mesmos.

Este é o intento que vale a pena viver porque é a continuação das melhores aspirações da gente boa que nos tem precedido.

É o intento que vale a pena viver porque é o antecedente das futuras gerações que transformarão ao mundo.

Duas grandes almas que lutaram contra a discriminação e a injustiça acompanham nosso encontro.

Guias inspiradores da não-violência: Mahatma Gandhi e Luther King, eles souberam do fracasso mas jamais desistiram em seu intento. Hoje estão muito presentes
em nossa mente e nosso coração”.

Silo - maio de 2004

Adeus, Topo


Minha grande companheira, amiga inseparável durante a adolescência, que sempre estava comigo, enquanto eu tentava me esconder dos gritos do meu pai. Aquela que fez greve de fome, quando fui para Bauru. Aquela que foi escolhida por mim, em meio aos outros nove filhotes de minha cachorra porque tinha a carinha mais boba e eu achei que ninguém mais iria querê-la, minha querida Topázio morreu nesta sexta-feira enquanto eu viajava para o Rio de Janeiro.

Não pude me despedir, ela estava bem e eu achei que ainda conseguiria vê-la, apesar de estar correndo feito uma louca, trabalhando e nem sei mais para qual finalidade!

Topo, desculpe por não poder estar com você! Eu te amo e agradeço por ter vivido mais tempo que sua mãe. Encontre-se com ela e diga que sinto falta de tudo...

sexta-feira, julho 21, 2006

Nada de interessante


A vontade de fugir é cada vez mais incontrolável. Meu freela das Olimpíada de Matemática ainda não saiu do papel, meros esboços, e eu gosto tanto, mas não consigo me concentrar. Peguei mais outro e as coisas vão se acumulando em minhas costas.

Hoje, ida ao Rio de Janeiro. A hospedagem do Gary vai sair mais cara que a minha viagem, mas me nego a deixar o pobre gatinho sozinho. Eu sei que ele vai destruir a casa, não há dúvidas.

Auchivitz continua um saco. Preciso sair daqui o mais rápido possível e não páro um minuto de pensar em maneiras de fazer isso, tá difícil.

Tem uma relações públicas que começou no departamento e já soltou a pérola "eu sou muito louca". Odeio pessoas que dizem o quanto são loucas. Agora falou pela enésima vez "hoje tem birinaitis, preciso parar de beber"! Ai, céus, dai-me paciência!

Espero que o Fórum Humanista Brasileiro seja a salvação do final de semana. Nada melhor que acreditar que se pode mudar o mundo para acabar com estas depressões. Aliás, a quem possa interessar, eu estou tomando banho!!!

quinta-feira, julho 20, 2006

Looooooost


Tudo bem, não vejo o badalado seriado simplesmente porque não vi desde a primeira temporada e não quero pegar o bonde andando, mas tenho todo o direito de me sentir completly lost in this moment of my life.

Vamos aos fatos:
1) Ouvir uma de suas melhores amigas te jogar na cara 12 anos de desentendimentos que você nem havia se dado conta de que existiam;

2) Trabalhar em Auchivitz (marque a data da fuga. Você não nasceu para ser um rato de laboratório, nem trabalhar para a indústria de papel e celulose, eles são os inimigos);

3) O psicólogo diz que você precisa encontrar alguém novo na sua vida porque está tudo muito velho (fantástico, você paga terapia para descobrir que não passa de um puta clichê, ou seja, também precisa se sentir amada e gostar de alguém. Era mais fácil ser uma pedra);

4) Nem as coisas que gosta de fazer como se masturbar, ou escrever as matérias de educação para a revista - o único trabalho que realmente faz seus olhos brilharem de contentamento - lhe dão prazer ultimamente (você está morrendo);

5) Você não toma mais banho (é verdade, depois da fase sujinha pela qual todo adolescente passa, foi a primeira vez em anos que durante dois dias seu corpo não soube o que era água. E quer saber do mais? Você lutaria facilmente para derrubar estas convenções idiotas como tomar banho, escovar os dentes e se depilar. Abaixo a tirania da higienização massificada)

6) Seu cérebro ainda insiste em pensar em alguém que simplesmente já passou pela sua vida (não adianta lutar contra o cara que domina todo seu corpo, enquanto ele não esquecer o distúrbio bipolar continuará a toda e você estará FODIDA em letras garrafais)

Com tudo isso rondando sua massa encefálica, é ou não para estar lost? Eu só queria ser a própria ilha!

Trainspotting...

Choose life.
Choose a job.
Choose a carrer.
Choose a family.
Choose a fucking big television, choose washing machines, cars, compact disc players and eletrical tin openers.
Choose good health, low cholesterol, and dental insurance.
Choose fixed interest mortgage repayments.
Choose a started home.
Choose yor friends.
Choose leisurewear and matching luggage.
Choose a three-piece suite on hire purchase in arage of fucking fabrics.
Choose DIY and wondering who the fuck you are on sunday morning.
Choose sitting on that couch whatching mind-numbing, spirit-crushing games shows, stuffing fucking junk food into your mouth.
Choose rooting away at the end of it all, pishing your last in a miserable home, nothing more than an embarrassment to the selfish, fucked up brats you spawned to replace yourself.
Choose your future.
Choose life.

domingo, julho 16, 2006

Pensamentos ao vento



O que eu quero e posso fazer para ajudar a melhorar o mundo? Melhorar as relações entre as pessoas? Como podemos nos libertar? Como podemos ser realmente mais humanos? Menos violentos? Mais felizes? Mais amáveis? Como mostrar aos outros que o trabalho não compensa? Como podemos ver que o mundo vai além, muito além de uma discussão sobre quanto vale um marmitex no Brooklin? É serio, acho que é a quentinha mais cara de São Paulo!

Enfim, é importante saber que estas coisas, estas vontades de mudar, de melhorar ainda fazem parte de alguns planos mirabolantes, apesar de já ter passado dos meus vinte e poucos anos, como diria a primorosa canção de Fábio Jr.

Well, let's try again! Como disse Frank Morris, interpretado por Clint Eastwood, em Fuga de Alcatraz - ele sempre será uma referência - "eu ainda estou vivo, seus desgraçados"! Que venha a semana e todos os seus horrores, enquanto eu tiver um cérebro que funcione, ninguém me para!

My Freud Moment


Este Freud Moment eu dedico a todo que se sentem no direito de julgar a maneira como me relaciono com algumas pessoas e com o mundo. A quem a carapuça servir, da parte de Freud, apenas um recado, "ninguém é capaz de conhecer as particularidades que envolvem os relacionamentos entre as pessoas"!

Então, para quem não entende minha relação com meu ex-marido que, por um acaso, também é meu melhor amigo, cuidem de suas vidas, que nós sabemos muito bem como cuidar das nossas, sem nos julgar, sem nos culpar e sendo companheiros como são os verdadeiros e bons amigo! Ninguém, ninguém além de nós mesmos têm o direito de discutir o quanto isso é ou não bom e saudável. A quem interessar, já fazemos isso o suficiente!

quinta-feira, julho 13, 2006

Preciso dormir...


Rivotril acaba de bater pesado na minha moleira! Lição de inglês até não poder mais e sábado é minha prova. Estou fudida, pra variar! Por que, desde pequena, eu prefiro aproveitar a vida até o último momento, antes de ter que fazer qualquer coisa obrigada? Que vida, eu pergunto? Tá uma chatice há meses, so, Jerome, por que eu não fiz estas merdas antes?!?

Em fogo morto


Li o livro de José Lins do Rêgo para um seminário no segundo colegial. Hoje, sinto que preciso relê-lo o mais rápido possível. A expressão que dá título ao livro "Fogo Morto" é exatemente como estou me sentindo agora. Como Lula de Holanda Chacon, personagem central da segunda parte do livro, não estou sabendo fazer minha vida prosperar, apenas levo-a a fogo morto, ou seja, sinto-me como um engenho que parou de produzir. Ao contrário de Lula, que possui ao seu lado uma filha - solteirona melancólica -, sua mulher Amélia - uma das poucas personagens fortes do romance - e uma cunhada alienada, estou sozinha agora!Nçao, não, quase só, ainda me restam meus psicotrópicos e meu gato Gary.

Ficar sozinha pode ser bom, faz com que pensemos sobre o que queremos e qual o rumo que estamos tomando. O problema é quando você pensa, e pensa, e pensa de novo e tudo o que vê é uma grande desilusão. Preciso me apaixonar por algo, ou alguém? Definitivamente, cansei de colocar minha felicidade nas mãos dos outros e ninguém merece este fardo. Deixe que da minha felicidade, ou a ausência dela, cuido eu. É menos problemático assim, eu acho...

quarta-feira, julho 12, 2006

Gentalha, gentalha, gentalha...


Somente Kiko, nestas horas, para expor toda a nossa raiva perante o mundo que nos oprime e as pessoas grosseiras que o habitam! Aqui em Auschivitz, por exemplo, o pessoal não mede as palavras para serem absurdamente mal educados, coisa que eu não sou. Sou educada, fina, amável, bem humorada e escrota, muito escrota quando acho que passaram dos limites com a minha pessoa.

Mandando currículo feito uma dispirocada, tentando a minha constante Fuga de Alcatraz e nada, pelo contrário, consegui me meter num buraco pior ainda, uma verdadeira guerra e eu não tenho saco pra isso. Gente crescendo pro meu lado, falando como se fosse muito superior e diretores que passam pelos funcionários como se estivessem passando diante de fantasmas, ou seja, somos todos invisíveis diante daquele velho com voz de quem já tem um câncer enorme na guela e só ele ainda não percebeu de tanto cigarro e aquela loira perua que não divide os post its da empresa com mais ninguém! Ah, lembrei de outra trash, a máquina de expresso também só é utilizada pelos dois acima citados. Vai se fudê!!!

Cara, que mundo escroto! Eu me pergunto, precisa de tudo isso? Precisa ser tão mesquinho? Já não basta ter mais dinheiro que eu, porra? Preciso sair daqui urgente!

segunda-feira, julho 10, 2006

Surrealismo profissional


Minha vida anda tão surreal quanto um quadro de Frida Khalo! Em Auchivitiz, os post its são de uso exclusivo de uma diretora, se quisermos, temos que trazer de casa. A minha supervisora pediu para a estagiária dar um jeito de salvar um tubo de liquid paper ressecado e, por fim, não dão estilete, apesar de fazermos clipagem, para não agredirmos nossos colegas! Eu não estou nomundo real, eu me recuso a acreditar que aquilo seja real!

O professor me ensinou fazer uma carta de amor...


Faz tempo que não escrevo uma carta para alguém. A última vez foi em janeiro, entregue em mãos a uma pessoa que provavelmente não verei mais e isso dói um pouco. Um verdadeiro tratado sobre o que eu achava que ele era, deveria ser ou fazer. Quanta prepotência! Ninguém precisa ser analisado daquela maneira.

Mesmo assim, ainda foi na melhor das intenções, a última tentativa, antes de deixar todo o sentimento à deriva. Não deu certo e agora não adianta remoer o passado, é preciso contentar-se em saber que apenas estamos ligados, pelo menos eu a você, por pertencermos ao mesmo mundo, por compartilharmos a contemporaneidade e por estar perto de mim no meu coração e na minha mente.

Enfim, lendo o capítulo A Correspondência do livro "Bom dia, angústia", ótimo nome, de André Comte-Sponville, comecei a pensar no poder de se registrar o que se pensa, o que se sente e no peso que certas coisas têm, pelo simples fato de estarem registradas num mero pedaço de papel. Compartilho, com quem interessar, as idéias de Sponville e faço das palavras dele as minhas também. Às vezes, alguém precisa dizer as coisas por nós!

"Se deixamos de lado as trocas puramente profissionais ou administrativas, quase sempre é de amor que se escreve, e por amor, seja esse amor de paixão ou de amizade, de família ou de férias, profundo ou superficial, leviano ou sério. Escrevo-te para dizer que te amo, ou que penso em ti, que me alegro, sim, de ser teu contemporâneo, de habitar o mesmo mundo, o mesmo tempo, de só estar separado de ti pelo espaço, não pelo coração, não pelo pensamento, não pela morte."

Uma palavra...


para resumir tudo o que estou sentindo neste momento: "acuma"?

quinta-feira, julho 06, 2006

Só coisas boas


Hoje, eu apenas queria ouvir, sentir coisas boas que me fizessem acreditar na humanidade, que me dessem esperança, que me fizessem sair dançando pelas ruas da cidade sem me importar com o que as outras pessoas pensariam a respeito, mas, como diz a canção dos Orishas "no puedo, no puedo"!

Então, já que ninguém me disse nada de bonito hoje, vou escrever algo que li e que parece não fazer muito sentido - acho que traduziram errado - mas dane-se, a beleza tem que fazer parte de nossas vidas em alguns momentos, mesmo que pareça confusa ou insensata!

"Todas as pessoas que te rodeiam, estão em teu mundo interno, são parte de você, cada uma, das que chegaram notícia, são parte de ti. Você é muita gente, o que você é tem que ver com todos eles. E você por sua vez é parte de muita gente, algo seu se estabeleceu no mundo interno de muita gente. Não acredites que porque recusas a alguém o deixas fora de teu mundo, ali está, formando parte de ti, mostrando-te parte do que é e não queres ser." ("O Olhar do Sentido" - Dario Ergas)

O que eu sou e o que quero ser? Taí uma coisa que tenho pensado muito, nesta semana em especial, e não consigo chegar a nenhuma conclusão. Amém Jesus, abasteci a farmácia de casa com meus psicotrópicos ontem. Uma semana sem eles foi mais que suficiente, preciso recobrar a felicidade perdida, ainda que de forma sintética!

quarta-feira, julho 05, 2006

Notícias de Auschivitz


Mais uma de Auschivitz. Não posso trabalhar de calça jeans, exceto às sextas-feiras, quando é famoso casual day. Não posso fazer ligações de outros ramais, mesmo usando o meu código de uso intransferível e os chefes tendo como identificar quem fez a chamada, independente de onde!

Tudo bem, talvez seja necessário para o meu crescimento profissional enfrentar uma encrenca desta, o problema é que definitivamente eu não ganho bem o suficiente pra isso. Segundo o Sindicato dos Jornalistas, meu salário deveria ser de R$2667,20 para sete horas de trabalho diário, posso assegurar que ganho menos, bem menos que isso, tendo ainda que arcar com uma série de custos.

Gente, eu não vou, não quero e não posso me adaptar! Por que eu não ganho na loto, meu Deus? Ah, tá, lembrei, eu não jogo na loto! Idiota!

terça-feira, julho 04, 2006

Saudades ...


De quando eu conseguia heroicamente virar madrugada estudando ou trabalhando e emendar o dia direto, sem cochilo até a noite do dia seguinte. É o tempo passa. E pensar que fiz isso em setembro e hoje, dez meses depois, sinto-me completamente incapaz de tamanha proeza. A velhice, definitivamente, vem a galopes!

Enquanto isso em Auschivitz ...


Lola tenta sobreviver a oito horas e meia de trabalhos forçados, em um ambiente onde o MSN é proibido, o horário dedicado a cada cliente é contabilizado por sistema informatizado e ela é obrigada a pagar as ligações realizadas para a própria casa, além da condução, da refeição e dos impostos sobre serviços prestados.

Conseguirá Lola adaptar-se a ambiente tão hostil, ou ela virará uma outsider de vez? Quem viver, verá!

segunda-feira, julho 03, 2006

Momentos de histeria


Na semana passada, fiz uma entrevista e fiquei aliviada porque não fui chamada. Por que o alívio? Porque a empresa é em Santo Amaro e o expediente começa às 8h30 da manhã, ou seja, não combina nada com meu free way of life.

Hoje, qual má quê, recebo a ligação da mesma empresa, pedindo para eu começar amanhã! Primeiro, pensei em reclamar, chorar de desgosto. Depois, pensei com meus botões, em menos de um mês, consegui ser recolocada no mercado de trabalho, então, minha veia católica e culpada ecoou em meus ouvidos "Pare de reclamar das piadas de mau gosto que Deus faz em sua vida e aceite-as com verdadeira resignação"!

Tudo bem, obrigada, Deus, por mais esta oportunidade que considero uma verdadeira provação! Tentarei ser mais disciplinada, mais dedicada, uma verdadeira serva para com minha nova empresa! Afinal de contas, preciso pagar minha pós e viajar para o Canadá, pensando desta maneira, sei que o sacrifício de encarar aqueles ônibus fedidos pela manhã valerá a pena.

Então, luzes na ribalta, Lolita está de volta!

sexta-feira, junho 30, 2006

Aquela sacudida


Por que, às vezes, não, na maior parte do tempo, não conseguimos viver a vida com a intesidade que julgamos a ideal para nos fazer sentir realmente vivos. Saco, cara! Olha que eu me esforço, me esforço e necas!

Casar com um refugiado? Entrar para os Médicos sem Fronteiras? Ficar bêbada e convidar pessoas que você nunca viu na vida para uma simples trepada? Acreditar que a humanidade pode dar certo?

Eu tento, tento, mas a vida está mesmo bem sem sal, tirando uma ou outra coisa que, não me levam à mal, não conseguem me fazer perder o chão.

Estou me acomodando e isso é ruim. Eu seu, eu sinto, mas estou de saco cheio demais para correr atrás de qualquer coisa. Daí, eu bebo!

Pato Fu - Pinga
Eu tomo pinga
Eu não sei o que é melhor pra mim
Eu tomo pinga
Mesmo já sabendo o que vai dar no fim
Eu tomo pinga
Será que eu tô gostando de viver assim?
Eu tomo pinga
Será que isso é bom ou ruim?
Aah... Aah....

Se eu fosse o Pelé tomava café
Se eu fosse o Tostão tirava o calção
Se eu fosse o Dario pulava no rio
Se eu fosse o Garrincha não pulava não

Se eu fosse o Pelé tomava café
Se eu fosse o Tostão tirava o calção
Se eu fosse o Dario pulava no rio
Se eu fosse o Garrincha não pulava não

Eu tomo pinga
Eu não sei o que é melhor pra mim
Mesmo já sabendo o que vai dar no fim
Será que eu tô gostando de viver assim?
Será que isso é bom ou ruim?
Aah... Aah....

Se eu fosse o Pele...
Se eu fosse o Tostão...
Seu eu fosse o Dario...

quinta-feira, junho 29, 2006

Da necessidade de se enteder os porquês


Por que temos a necessidade de entender tudo em demasia? Entender por que deixamos oportunidades correrem de nossas mãos. Entender porque ele não ligou. Entender porque não podemos saber o quanto o outro pensa, lembra da gente. Entender porque o mundo tem que ser dividido entre ricos e pobre, brancos e negros, bonitos e feios. Entender porque conviver com estas diferenças é tão difícil. Entender porque temos a tendência a sempre complicar e dramatizar tudo o que aparece em nossa frente!

Há pessoas que vivem uma vida inteira sem se fazer uma única pergunta destas, enquanto outras gastam dinheiro com analista justamente buscando respostas para tudo isso. Tolices! A diferença entre elas? Bem, eu adoraria viver sem me torturar como a primeira. Sem saber. A ignorância, às vezes, pode ser um grande presente! Cadê o meu pacote?

O marasmo e outras cositas mais


Parodiando a canção: "o marasmo lançou sua flecha negra e feriu-me justo no fundo da alma"!

Estou numa inquietude de dar medo. Não vejo a hora de terminar as aulas de inglês, apesar de ainda não ter feito uma lição. Não vejo a hora que as aulas da pós começem, apesar de faltar mais de um mês para isso. Não vejo a hora de arrumar um emprego em redação e que pague bem! Não vejo a hora do meu idílio chegar e ele nada!

Entre uma e outra besteira que toma conta de meu dia, lembro do diálogo "Temos a vida inteira pela frente, mas isso não vai acontecer, enquanto você não me ligar" - retirado do filme "Eu, Você e Todos Nós", dirigido por Miranda July e que foi umas das coisas mais fofas que eu vi nos últimos tempos. Aliás, o único feito realmente agradável que salvou a semana, apesar de ela não ter acabado, eu sei!

Saca quando vê algo e pensa: "puxa, a vida pode mesmo ser simples e maravilhosamente bela"? Piegas? Eu não sei. Só sei que me deliciei com cada diálogo, com cada desfecho inesperado, com a própria vida capaz de ser sempre tão bizarra e tão doce ao mesmo tempo!

Alguma coisa nela tem que valer a pena, nem que seja seus pequenos desaranjos!

Me And You And Everyone We Know

terça-feira, junho 27, 2006

Uma homenagem a este lindo dia feio


Cá estou, terminando o newsletter do trabalho, quando paro e penso: "puta dia chato"! Vontade de largar tudo e sair correndo pelada, gritando na Avenida Paulista.

Eis que lá, do fundo de minha cachola, recordo uma canção que, bem, só mesmo um rei para entender o estas coisas que se sentem, num triste, cinzento e frio dia de inverno!

Quero Que Vá Tudo Pro Inferno
de que vale o céu azul (de que vale, rei?)
e o sol sempre a brilhar (ele não brilha para todos)
se você não vem
e eu estou a lhe esperar (eu espero, espero e você nada, seu idiota)
só tenho você no meu pensamento (mentira, atualmente meus pensamentos não são exclusividade sua. Uma hora isso teria que mudar, Anderson!)
e a sua ausência é todo meu tormento (também não tá doendo mais tanto assim)
quero que você me aqueça neste inverno
e que tudo mais vá pro inferno
de que vale a minha
boa vida de play-boy (hunf, surtado)
se entro no meu carro (carro? que carro?)
e a solidão me dói
onde quer que eu ande tudo é tão triste
não me interessa o que de mais existe
quero que você me aqueça neste inverno
e que tudo mais vá pro inferno
não suporto mais
você longe de mim
quero até morrer (não, antes que eu assuste mais alguém, não quero morrer hoje)
do que viver assim
só quero que você me aqueça neste inverno
e que tudo mais vá pro inferno uou uou (ah, eu quero que um monte de coisas realmente vá pro inferno, mas tenho mais o que fazer)

segunda-feira, junho 26, 2006

Sociedade castradora, vá à puta que a pariu


Morte à sociedade castradora e a tudo o que nos oprime, a tudo o que nos impede de ser quem somos, a tudo o que nos impede de fingir quem somos, a tudo o que nos impede de amar o que amamos e odiar o que odiamos, a tudo o que nos impede de levar uma vida menos ordinária, mais livre e verdadeira.

Sim, eu tomo antidepressivos, e daí? Sim, às vezes eu sinto vontade de morrer, mas nunca a ponto de tentar suicídio. Qual o problema com isso? Será que ninguém, ao menos uma vez na vida não sentiu vontade de morrer? De viver em outra dimensão? De ser de outro planeta? Sinto muito em informar, se você nunca pensou em ao menos uma destas possibilidades, fique tranquilo, porque sua hora vai chegar e isso não é nada anormal. E não serei eu quem apontará o dedo na sua cara para dizer "hey, pára com isso"! Que cada um possa viver sua vida da maneira que melhor lhe convir!

Por quê? Porque às vezes, simplesmente nos sentimos meio fora de foco. Às vezes, isso ocorre o tempo todo. Às vezes, uma vez ou outra. Cara, as coisas não precisam seguir um padrão sempre. Não tenho que ser feliz ou infeliz o tempo todo. Só quero viver meus momentos, sejam eles bons ou ruins do meu jeito. Pensei que sentimento fosse uma das poucas coisas livres de castrações. As pessoas podem até dizer o que é certo ou errado pensar, mas não podem impedir que seu neurônios façam as sinapses do jeito que eles bem entendem!

Mais uma vez, o mundo me dá aquela bonita rasteira, mas eu sou dura, me levanto e mando tudo às favas, porque, se eu não posso impor o que chamo de liberdade aos outros, a minha liberdade eu garanto!

Obs: E no meio de toda esta confusão, pelo menos o Gary, eu garanto que está do meu lado, não é, meu amor?

sábado, junho 24, 2006

Visões?


Desde o primeiro momento que o vi, soube que ele me faria pagar todos os meus pecados! Será? Bem, se era um tremor que eu precisava, ele aconteceu e não foi nada ruim!

Planos para um sábado qualquer


1) Aula de inglês (curso completamente subaproveitado por mim. My body is there, but where is my mind?);

2) Fazer a sombrancelha para estar bem apessoada na próxima entrevista (em outras palavras: dor, muita dor);

3) Conhecer mi cubanito (sim, minha vida está se tornando um verdadeiro circo dos horrores);

4) Reunião do Movimento Humanista (a única coisa que tem valido a pena ultimamente, mas ainda não conseguiu abalar meu chão);

5) Talvez sair e fingir que tenho uma vida social (em outras palavras, me embriagar, chapar o côco com erva cidreira e sentir que a vida pode ser maravilhosa por alguns instantes)!

É, o sábado promete e ele só está na metade! Grande bosta! Eu só queria me isolar em um lindo lugar, quente, ensolarado e onde só o barulho do mar e a brisa suave em meu corpo pudessem me fazer companhia. É pedir demais? Eu sou Arturo Bandini, pô!

Momento Inácio Araújo
Ainda não vi o filme Pergunte ao Pó, mas pelo que sei, conseguiram estragar a história. Lastimável, até isso acontece de errado em minha vida! Se quiserem um conselho, leiam o livro antes de irem ao cinema, para não perderem o tesão na coisa!

Que a paz esteja com vocês, porque a minha eu perdi em algum lugar e não sei nem onde procurar!

sexta-feira, junho 23, 2006

Todas as dores do mundo


Hoje, retorno ao psiquiatra e uma dosagem maior de Fluoxetina. O fato de eu beber e fumar em demasia está associado ao fato de eu, estando lunática, conseguir expor melhor todas as minhas chagas ao mundo! Grande!

Perguntei, como se nunca houvesse escutado a resposta, como podemos esquecer certas pessoas que não saem de nossa cabeça, por mais que a gente tente. "Isso é só com o tempo, ainda não inventaram remédios para nos poupar certas dores", disse o psiquiatra com toda sua sabedoria adquirida na faculdade de medicina. E quem sou eu para contestar resposta tão óbvia e dita por um doutor?

Quem sou eu para contestar a dor, o sofrimento, a saudade, o que as pessoas pensam de mim, se pensam em mim, por que é tão difícil ser simples, se apaixonar, ser humano, se deixar levar pelo que sente com intensidade, ao menos duas vezes na vida -a primeira podemos estar errados mesmo?

Ah, sei lá. preciso tomar mais um caneco de café! A minha salvação é que existem pessoas como André Dahmer para me mostrar que não estou sozinha!



"O álcool é como o amor: o primeiro beijo é mágico, o segundo é íntimo, o terceiro é rotina. A partir daí, você apenas tira a roupa da garota" - Raymond Chandler

quarta-feira, junho 21, 2006

É devagar, é devagar, é devagar, devagarinho


Levando em consideração a máxima "o que é um peido para quem já está cagado", comprei a base da minha cama americana em cinco nada suaves prestações. Sim, eu precisava disto para me fazer feliz. A última extravagância antes do miserê total que espero não ter que passar, pois vou arrumar outro emprego em breve, nem que seja vendedora de raspadinha em Porto de Galinha.

Tenho um teste para um novo emprego hoje, o cara fez questão de esclarecer que dentre 120 currículos recebidos, só oito foram selecionados. Isso deveria me deixar no mínimo orgulhosa, mas minha confiança em relação a mim mesma não está lá estas coisas. Enfim, vamos ver o que rola.

Passei a manhã toda dormindo e brincando com meu gato até a hora da entrevista. Pensei em não ir porque não havia feito as unhas - ótima desculpa - acabei indo e sei lá, tá tudo tão devagar e eu adoraria tanto sentir meu chão tremer, nem que fosse por meio de um terremoto. Palavras sem sentido, desejos sem sentindo, e quem precisa de sentido para estar vivo?

terça-feira, junho 20, 2006

Ah, tá, agora faz todo o sentido


AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.)
Seu signo é dos revolucionários, regido por Prometeu, que roubou o fogo da raça dos imortais para libertar os seres humanos da escravidão da ignorância (entendem agora a questão da Rosa Luxemburgo?). Esse tema está ativo com Júpiter, o sábio que expande e ilumina. Você tem como destino regenerar ( uma espécie de Wolverine da humanidade). E, agora, pela luz da sabedoria (sim, sou praticamente a própria sabedoria). Transformação em marcha (ah, vá, não brinca!).

segunda-feira, junho 19, 2006

Eu sou human (a) ista


Bem, o tempo vai passando e a depressão vai melhorando, ou é o frio que desvia toda minha atenção somente para ele. Amém, Jesus, amanhã tenho psiquiatra e vou contar pra ele todas as merdas que venho fazendo como misturar álcool com psicotrópicos, fumar erva-cidreira e acreditar que a humanidade tem salvação.

Para isso, estou participando do Movimento Humanista e isso também me ajuda a não pensar que daqui pra frente viverei literalmente NO LIMITE de minha conta bancária para poder estudar, e estudar, e estudar até o meu cérebro estourar de tão grande que vai ficar.

E já que não posso virar a Madre Tereza de Calcutá, que eu seja, segundo meu psicólogo, uma versão tupiniquim de Rosa Luxemburgo. Tempo para isso parece que não vai faltar!

Você está demitida


Segunda demissão em minha longa carreira: "você não tem tesão em assessoria de imprensa, não tem perfil". Minha senhora, há muito tempo que não tenho tesão em necas! Quanto ao perfil? De fato, nasci para escrever e não para aguentar chatice de cliente que acha que qualquer peido que solta pode virar notícia!

O que me importa nisso tudo? Um salário a menos e o fato de eu recomeçar a pensar em merdas que há muito tempo deixaram de fazer parte de meu cotidiano, pelo menos de maneira fixa!

Vamos tentar colocar o barquinho de volta no mar! Gosto de sofrer? É provável! Fiz minha matrícula na pós hoje. Vou poder pagar? É pouco provável, mas eu tenho que fazer alguma coisa por mim, ou o mundo me engole de vez, caralho!

Well, well, well...


Hoje, tudo que eu mais quero é afundar minha cabeça num buraco, colocar a bunda lá pra cima e deixar que o mundo faça o seu papel: chute-me à exaustão, até eu cair de quatro e assim permanecer esmagada, derrotada e fudida para o resto de minha vida. Tô cansada!

terça-feira, junho 13, 2006

Vagos pensamentos...


Estou pensando em ir à Parada do Orgulho Gay vestida de Sheena para provocar as lésbicas. Será que rola?

Eu quero meu idílio


Gente, eu deveria estar eufórica com toda esta confusão nas ruas, a possibilidade quase concreta da minha pós, a população entusiasmada, o Lula na frente do Alckmin - qualquer coisa é melhor que a tucanada - mas tudo que quero é o meu idílio. Onde é que ele se meteu, porra?

domingo, junho 11, 2006

Novidades no fronte


Em mais um repente de euforia causado pelo meus remedinhos, adotei um gato de três meses que se chama Lauro. Esqueci minha alergia, meus espirros e coriza para ter algo vivo, além de minha pessoa em casa! Agora eu tenho um filho e ele pode viver até 18 anos!!! Caras, eu nem sei se estarei neste mundo amanhã!

André e Karina, se eu me for, sabem que Lauro é responsabilidade de vocês e mais todo aquele blá, blá, blá que disse no El Guaton após matar um inebriante prato de Pastel de Choclo! Vocês são os responsáveis por perpetuarem minhas idéias tão avançadas. E sim, antes que me perguntem, eu estou dopada!

sexta-feira, junho 09, 2006

Ah, o que seria de mim sem os quadrinhos?



Tigres e leões na terapia


Hoje, como diz a música, "soltei os tigres e os leões no quintal". Na verdade, foi na terapia e isso me deu um ânimo tão intenso que gastei uma puta grana num vidro de perfume "Lovely" da Sarah Jessica Parker. Foda-se, foda-se, foda-se, como diria meu amigo cartunista Angeli.

Sim, dei-me um presente caro por ser mulher e agüentar com tanta dignidade, chutes, pontapés, preconceitos e tudo o mais que o mundo vem me dando, apenas pelo fato de eu ser mulher e dizer o que penso e sinto, sem frescura, sem medo de ser feliz, sem medo de ser quem sou! Usando as roupas que me fazem sentir confortável, fazendo cursos que não me levam a lugar nenhum profissionalmente, mas fazem muito bem a minha alma e amando quem eu quero, independente das chances que me são negadas!

Porra, cara, tô cansada deste mundo, mas não tenho coragem o suficiente para dar cabo de minha vida. O jeito é me adaptar e tentar seguir enfrente! Afinal de contas, assim disse o terapeuta "esta é a sua relação com o mundo". Bem, isso não está de todo errado, mas também não está de todo certo. Enfim, vamos ver até onde eu agüento!