Então, cá estou, novamente perdida, em uma nova cidade, sozinha e tendo que escolher entre fazer o que gosto, ou deixar minha mãe sozinha em um momento que sei o quanto preciso estar do lado dela.
Este dilema sempre me perseguiu. Foi quando eu me mudei para Bauru, para estudar; foi assim quando eu saí de casa pra morar com o primeiro namorado; foi assim quando me mudei para Araraquara. Mas em nenhum destes episódios eu senti tanto por deixar minha mãe. Sinto que ela precisa tanto de mim e talvez, verdade seja dita, eu também quero estar perto dela.
Mas dinheiro não dá em árvore, nem emprego e eu gosto de escrever, e eu adoro uma redação cheia de gente louca, e eu adoro ver o trabalho impresso depois e é a única coisa que eu sei fazer na vida e não tem outra coisa que eu queira.
E é nesta hora que o som toca alto na minha cabeça:
"How does it feel
How does it feel
To be on your own
With no direction home
A complete unknown
Just like a rolling stone?"
Eu não sei como devo aproveitar o momento: agradecer por poder fazer o que gosto, ou me ver novamente sozinha, tendo que reconstruir mais um lar, em meio a tantos já perdidos. Estou alegre, estou triste, estou apenas deixando a coisa toda rolar!
Obs: O Uni, meu amigo irmão que descolou o emprego pra mim, acabou de me dar o livro "On The Road", do Jack Kerouak. Na capa, uma declaração de Dylan - "Este livro mudou a minha vida". Bem apropriado para o momento, não? Fazia tempo que eu queria ler este Kerouak, vou fazê-lo agora, com a licença de quem ainda passa aqui pra ler!