segunda-feira, junho 18, 2007

Verdades difíceis de engolir

Olha, dizer que o mundo é injusto não é nenhuma novidade, mas eu juro que há dias que realmente a coisa é pesada e parece que você não dará conta de carregar o fardo nunca.

Então, para completar a sua miserabilidade, você pega a porra da linha Largo São Francisco - Grajaú lotada e começa a subir a merda da Brigadeiro Luis Antônio completamente congestionada. Em questão de segundos, sua mente transforma-se literalmente na oficina do Diabo. Primeiro você odeia as pessoas que estão sentadas e não se oferecem para segurar seus livros e caderno - sim, porque você não vai pra casa, mas pra aula ruim de antropologia; depois, você começa a enumerar as cagadas do dia: pegou ônibus errado para ir ao dentista, teve que pagar um táxi, desceu no ponto errado para ir ao novo trabalho, chegou no novo trabalho e não havia internet, ou seja, freelas parados! Mas você tentou, o tempo todo, desesperadamente, manter-se tranquila. Até que vem o famigerado telefonema da editora psicótica que assumiu o posto de outra e não parece feliz com a troca, dizer que você não havia entendido uma matéria que já havia sido aprovada, antes da vaca assumir o cargo.

Pronto, lá se foram todas as tentativas de manter a calma, de não se preocupar com os percalços porque eles existem mesmo, de respirar fundo, de não se desesperar, de não pensar em planos infalíveis para abandonar tudo, de achar que não dará conta do freela num evento que você adoraria participar, de ter que ser racional quando tudo que você deseja é sumir do mapa, de parar de desejar que alguém apareça em sua vida e responda a todas as suas perguntas de maneira que não se possa questionar nada, de parar de pensar que você precisa arrumar uma outra profissão porque esta sua é uma bosta, mas se dar conta de que você não se acha apta a fazer qualquer outra coisa! Mas principalmente, lá se vai a tentativa de acreditar que você ainda poderá viver num mundo mais humano.

E a porra da sua cabeça simplesmente te dá um segundo de descanso!

Obs: a tempo, tem coisa melhor nesta vida que gritar um belo PORRA quando se está a beira de um ataque de nervos? Olha, às vezes tenho a impressão de que esta é a única coisa que me impede de sair por ai caminhando, como o Forrest Gump, se bem que ele corria, e só parar quando encontrar a porra do fim do mundo!

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