Eu acredito na ciência. E por acreditar na ciência, me emociono
ao saber que Galileu Galilei foi obrigado a negar comprovação da hipótese
heliocêntrica de Copérnico, lutando sem êxito, contra o dogmatismo e a
superstição que travavam o progresso da ciência naquele tempo. Duas vezes,
Galileu foi obrigado pela Igreja Católica Apostólica Romana a decretar que as
ideias de Copérnico eram falsas e que o Sol era quem girava ao redor da Terra.
Eu acredito na filosofia. E por acreditar na filosofia, me é
tão forte a busca de Nietzsche pela origem do bem e do mal. E que esta busca
seja realizada de uma forma imparcial, como ele evidencia no primeiro ensaio da
obra: “(...) desejo que estes investigadores, que estudam a alma ao
microscópio, sejam criaturas generosas e dignas, que saibam refrear o coração e
sacrificar os seus desejos à verdade (...) ainda que simples, suja, repugnante,
anticristã e imortal... porque tais verdades existem”.
Eu acredito em Platão e no “Mito da Caverna”. E por
acreditar nisso, tenho “aletéia” tatuada em meu braço. Porque enquanto a pessoa
fica passiva, presa às aparências, eu quero sempre ir além. Porque eu prefiro
morrer, a ficar presa na ignorância, no limiar das aparências. Para se chegar à
verdade, é preciso movimento, busca, conhecimento. As sombras, pra quem leu o
texto, num resumo raso, é toda a realidade e toda a verdade para aqueles que
não saem da caverna e se contentam em acreditar nelas. Eu quero ir além da
caverna e por isso, não julgo a realidade dos outros pelo que acontece ao redor
do meu próprio umbigo. A batalha da outa não é a minha e, acredite, são
batalhas difíceis!
"A caverna subterrânea é o mundo visível. O fogo que ilumina é a luz do sol. O acorrentado que se eleva à região superior e a contempla, é a alma que se eleva ao mundo inteligível. É este pelo menos meu modo de pensar (minha verdade pessoal), que só a divindade pode saber se é verdadeiro (relatividade da verdade com relação à divindade). Quanto a mim, é como passo a dizer-te. Nas últimas fronteiras do mundo inteligível está a ideia do bem criador da luz e do sol no mundo visível, autora da Inteligência e da Verdade no mundo invisível e sobre a qual, por isso mesmo, cumpre ter os olhos levantados para agir com sabedoria nos negócios individuais e públicos."
Eu acredito em direito. Mais que isso, acredito piamente em
direitos civis e me agride profundamente quando vejo-os sendo desrespeitados
por quem sequer tem bons argumentos.
“Os direitos civis referem-se às liberdades
individuais, como o direito de ir e vir, de dispor do próprio corpo
[interrupção de gravidez, eutanásia e até mesmo a liberdade de entupir a bunda
de droga até morrer], o direito à vida, à liberdade de expressão, à propriedade,
à igualdade perante a lei, a não ser julgado fora de um processo regular, a não
ter o lar violado.
Esse grupo de direitos tem por objetivo garantir que o relacionamento entre as pessoas seja baseado na liberdade de escolha dos rumos de sua própria vida - por exemplo, definir a profissão, o local de moradia, a religião, a escola dos filhos, as viagens [novamente, escolher se é a melhor hora ou não para ter um filho, se quer ou não viver como um vegetal, se vai ou não ser mais feliz entupindo a bunda com droga] - e de ser respeitado por qualquer que seja a escolha, porque ela é individual, logo dispõe sobre como o “INDIVÍVIDUO’ prefere conduzir a própria vida! Não a vida do parceiro, não a vida da mãe, pai, avô, papa, periquito. É o que ela(e) quer pra vida! Por isso, direitos civis dizem respeito à liberdade de cada um e não à liberdade do outro.
Ter os direitos civis garantidos, portanto, deveria significar que todos fossem tratados em igualdade de condições perante as leis, o Estado e em qualquer situação social, independentemente de raça, condição econômica, religião, filiação, origem cultural, sexo, ou de opiniões e escolhas relativas à vida privada.” (EducaRede)
Esse grupo de direitos tem por objetivo garantir que o relacionamento entre as pessoas seja baseado na liberdade de escolha dos rumos de sua própria vida - por exemplo, definir a profissão, o local de moradia, a religião, a escola dos filhos, as viagens [novamente, escolher se é a melhor hora ou não para ter um filho, se quer ou não viver como um vegetal, se vai ou não ser mais feliz entupindo a bunda com droga] - e de ser respeitado por qualquer que seja a escolha, porque ela é individual, logo dispõe sobre como o “INDIVÍVIDUO’ prefere conduzir a própria vida! Não a vida do parceiro, não a vida da mãe, pai, avô, papa, periquito. É o que ela(e) quer pra vida! Por isso, direitos civis dizem respeito à liberdade de cada um e não à liberdade do outro.
Ter os direitos civis garantidos, portanto, deveria significar que todos fossem tratados em igualdade de condições perante as leis, o Estado e em qualquer situação social, independentemente de raça, condição econômica, religião, filiação, origem cultural, sexo, ou de opiniões e escolhas relativas à vida privada.” (EducaRede)
Então me diz, por que diabos eu não posso viver num país em
que, a decisão de uma mulher julgar apropriada ela ter um filho naquele momento
tem que ser decidido por bilhões de pessoas que não têm ideia do que aquela
diaba está passando na vida? E quando eu digo isso, estou me referindo a
abandono por parte do pai, que nunca é punido, a não ter condições econômicas,
a não ter condições psicológicas e, em última instância a simplemstente não
querer.
E não me venha falar em pílula ou camisinha, porque eu não
sou hipócrita em falar que TO-DAS as vezes nas quais eu tive uma relação sexual
eu estava totalmente protegida. E quem nunca passou por isso e tiver coragem de
atirar a primeira pedra, venha pro pau!
Eu quero sim viver num país onde eu possa decidir se quero
continuar viva ou não, caso eu fique tetraplégica, ou não possa mais ganhar a
vida como eu ganho, escrevendo, porque eu acho realmente que eu me sentiria
menos digna sem a minha profissão. E foda-se, se na sua opinião, eu pareça uma
fraca. Forte é você saber o que é melhor pra sua vida.
Tem gente que tem uma vida de merda e se mata de se drogar
porque jura que desta maneira as coisas parecem melhores. Quem sou eu para
julgar isso? É a vida dela, não são as minhas dores, eu não posso interferir
nisso. O mínimo que eu posso querer é um Estado que se coprometa em ampará-la
no momento em que ela quiser parar com isso e não conseguir.
É este o mundo no qual quero viver. Porque eu não quero
que ninguém aponte a merdinha do dedo indicador pra dizer o que é melhor pra
vida vida, baseados em uma moral falida e em dogmas religiosos que mataram milhões em fogueiras.
Então, eu sou a favor da interrupção da gravidez, sou a
favor da eutanásia, sou a favor de os gays terem os mesmos direitos dos
heterossexuais no quesito casamento, sou a favor de um Estado laico, porque
religião é escolha pessoal e por isso não deve interferir nas decisões
individuais das pessoas. E é o Estado quem deve garantir isso. Então, bebê, se
você se sente ofendido com o que eu posto na porcaria do Facebook, no Twitter,
na conchichina, sobre estas questões, simplesmente me deixe!
Porque, desculpe, na minha opinião a minha luta é maior que
a sua. Eu luto e acredito num mundo em que você, por exemplo, engravide e,
mesmo julgando não ser o momento, possa dar continuidade à sua gravidez por
seja lá quais motivos você tiver; enquanto outra mulher, na mesma situação,
tenha a opção de interrompê-la pelos motivos que ela tiver, amparada pelo Estado,
independente de ela ter dinheiro ou não para fazer isso de uma forma segura,
como acontece hoje.
Pelo direito de decidir sempre!
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