quinta-feira, agosto 09, 2012

Sobre música e grandes dores de amor

O amor, na minha opinião, é a pior coisa que pode acontecer às pessoas. É pior que perder um braço, é pior que não poder comer o que se gosta por conta de doença, é pior que injeção de Benzetacil em unha encravada! E por que é tão ruim? Porque uma hora acaba. Todo o amor, na minha cética opinião, acabará. Uns mais cedo, outros mais tarde, mas o fim é certo.

E dói, por Deus, que dor medonha! Felizmente, os tropeços nos fazem aprender. Antes, eu morria, mesmo, sem exagero, era um horror enfrentar o fim de um relacionamento. Mas faz algum tempo, aprendi a apreciar este momento tão temido – o fim de um amor. E vou além, eu sempre começo algo, pensando neste finzinho. Se será trágico, se será poético, se será calculado. E na sequência em penso: que música será que vai embalar o meu sofrimento?

Bom, geralmente, minha veia mexicana começa pelo clássico “Negue”. Ccomo é bom cantar aquilo embriagada, os olhos manchados pelo rímel, o rosto vermelho que dá aquele ar todo especial de palhaço à sua cara. No final da dor de cotovelo, sempre sei que estou me recuperando, quando o repertório muda para “Olhos nos olhos”.

Nesta hora, sei que estou pronta para recolher os cacos pelo chão! O cabelo meio despenteado, a calça de moletom com um furo na bunda, a blusinha velha de lá que protege do frio medonho que uma dor de amor provoca. Sobe o BG “olhos nos olhos, quero ver o que você faz, ao sentir que sem você eu passo bem demais”. Nesta parte, me sinto pronta para encarar o mundo de frente novamente. Estou curada! Porque eu também aprendi que isso passa, que não há dor de amor nesta vida capaz de matar o sujeito por si só. Superação está no DNA do ser humano, por menos que a gente teime em acreditar nisso.

Nariz de cera gigantesco – é meu blog, eu posso para dizer que ontem, fui ao cinema ver o documentário “Vou rifar meu coração”. Ele basicamente fala sobre “o Brasil romântico, a música, a dor”. Eu gosto muito de documentário, principalmente aqueles que se focam em contar a história das pessoas. E é isso que ele faz. Ele junta o corno, o desiludido, a prostituta, o travesti, o gay, a esposa e a outra, o mulherengo numa sequência de imagens para contarem para contar porque cada um deles já sofreu por amor. E todos estão acompanhados de grandes nomes da música romântica popular, ou brega, como se acostumou denominar Odair José, Agnaldo Timóteo, Waldick Soriano, Evaldo Braga, Nelson Ned, Amado Batista e Wando, entre outros.

Pensa numa coisa bonita de ser ver e ouvir. Pessoas de verdade, gente feia, desdentada, gorda, gay, transexual, nos inferninhos mais horrorosos que a produção conseguiu encontrar, gente de verdade, tão diferente do que costumamos ver dentro dos padrões Globo, todas dizendo que, quando se fala de amor, não importa se você está numa casa de palafita, ou numa cobertura de Leblon, a dor entra rasgando peito adentro e isso é lindo.

Porque viver é amor, mas também ódio; é saúde, mas também doença; é alegria e também tristeza. Esta tensão que não nos deixa nunca. E que nos faz fortes, nos faz bravos, nos faz recomeçar a cada dia! Mais que isso, é o que me faz achar a humanidade insuportável, mas é o que também me encanta em ser gente e gente é outra alegria, não é mesmo?


Se você gosta de gente, de música e de amor, bem sucedido ou não, veja lá

2 comentários:

Unknown disse...

adorei o texto, e ele é tão minha cara. Porque sou uma romântica incurável e porque quero também poder rifar meu coração.

www.jml85.blogspot.com

Tiel Lieder disse...

O amor, tão prazeroso e doloroso quanto inevitável. Quanto um novo amor.

Não sou um robô, somente um et perdido neste planeta Terra.

Parabéns pelos textos!

tiellieder.blogspot.com