Espaço criado para analisar a sociedade em geral, tendo como conhecimento empírico minhas tragédias pessoais e a farsa de que sou uma pessoa perfeita e toda a humanidade é puro desperdício de existência. No fundo, todos nós achamos que estamos certos e o resto do mundo é que se comporta mal, mas não temos coragem de expor isso. Bem, como não tenho mais nada a perder, vamos ver até onde vou. Egocêntrica e narcisista? Não importa: Freud explica!
terça-feira, setembro 12, 2017
quarta-feira, maio 17, 2017
Das lições de um bom divã
Eu me
mudei de São Paulo em 2007 por conta de um rompimento afetivo. De repente, a
maior cidade da América Latina ficou pequena demais para nós dois. Araraquara
foi meu sanatório - a cidade do Caibar era propícia, né?
Em 2010,
quando eu voltei à capital, o que havia ficado escondido, por tanto tempo, deu
as caras e foi como um trator. Mais uma vez, resisti. Até que não deu mais.
Então, eu
deitei no divã de Sigmund, a primeira vez que fiz isso, e disse em alto em bom
som: "eu odeio ter sido rejeitada". Repeti a palavra rejeitada até ela simplesmente descer sem travar pela minha garganta.
E eu saí
de lá curada! Dez anos depois, eu estava pronta para cruzar qualquer esquina, me encontrar com ele e seguir adiante.
Eu estou
apaixonada. Aparentemente mais um fracasso - sou destas! É muito difícil para
mim assumir esse tipo de sentimento. Porque eu sou racional e paixão é um sentimento que eu detesto. O controle é meu sempre, não quando estou apaixonada!
Estava meio angustiada, meio triste, meio entediada. Então,
numa conversa sem grandes pretensões, eu apenas entreguei a toalha e disse: “eu tô sofrendo, porra! Eu estou sofrendo porque acho que estou gostando de alguém, não estou sendo correspondida e eu não sei lidar com essa merda toda"!
Ufa!
Tenho
certeza que isso passa, da mesma forma como já passou tantas outras vezes, mas
agora eu sei que vai ser mais rápido. Quem sabe, amanhã mesmo!
Também vou me
permitir chorar. Não mais que três dias. Oscar Wilde dizia que sofrer por amor
mais que três dias é falta de educação. Sou uma moça educada!
No mais, seguimos, porque como canta Gal, respeito muito minhas lágrimas, mas ainda mais minhas risadas!
quinta-feira, março 02, 2017
Gritaram-me gorda e eu respondi
Ontem,
estava eu passando pelo metrô Anhangabaú, quando parei para comprar uma
humilde barrinha de Galak a cinco mangos. Comprei e guardei. Dez passos
à frente, tinha um mendigo, que observou a cena e me pediu dinheiro. Eu
não tinha nada de trocado, então, simplesmente segui andando. Então
escuto: "desse jeito você vai ficar mais gorda"!
Sou
gorda, sim. GORDA, GORDA, GORDA. Falemos em alto e bom som. Percamos o
medo dessa palavra e sigamos comendo o que a gente bem quiser, enquanto a
saúde permitir. Porque a vida é curta e eu quero mesmo aproveitá-la!
Sabe
quando o tempo para por alguns segundos? Eu pensei que não era possível
que um ser humano que nunca me viu na vida, na sarjeta, se sentisse no
direito de falar qualquer coisa para mim sobre o meu corpo. Quem
perguntou? Quem pediu a opinião? Quem? Quem? Quem?
Dificilmente eu respondo, mas desta vez saiu. "E você seguirá mais miserável"!
O
miserável, é claro, não se referia ao fato de ele ser um pária social. É
miséria de ser humano, saca? Me chamarem de gorda não é xingamento há
muito tempo. Se tenho algo a agradecer ao meu primeiro psicólogo, é
minha autoestima. Sim, às vezes eu me sinto uma titica, mas isso nunca
me é inculcado por alguém. Porque eu me conheço bem para saber que ser
uma mulher gorda não é a única coisa que me define. Tem toda uma
história de alegrias e tristezas que compõe essa pessoa aqui. E miséria
humana não é uma delas!
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