domingo, abril 01, 2007

Dias de cão


Se eu tiver uma semana pior que esta que passou, juro que vou para uma ilha deserta linda e lá, olhando para o mar, eu corto os meus pulsos e vou!

Depois da segunda-feira, quando descubri o noivado do suposto cara legal que não disse que tinha namorada, terça-feira, foi a vez de eu perder mais de três horas de trabalho, por causa de um pau no computador. Após refazer tudo, aos prantos, começo a digitar e arrumar o trabaho de Filosofia, durmo apenas duas horas, entre terça e quarta-feira.

Acordo cedo para desmarcar a terapia, e eu precisava tanto falar, chego atrasada ao trabalho porque perdi a porra do bilhete único em casa e só me dei conta no ponto de ônibus, voltei e procurei o dito por mais de meia hora, enquanto pensava que aquilo só podia ser um sinal, uma provação divina, que talvez fosse meu anjo da guarda impedindo que eu saísse porque uma bigorna da Acme cairia na minha cabeça.

No busão, ligo pra minha mãe e começo a chorar e dizer que eu quero ir para um praia deserta e não voltar mais, que não aguento esta vida, que quero sair correndo gritando pelada.

Desligo o telefone e uma moça sentada na minha frente se vira, dá um sorriso e diz: "você está tristen né: Tome, leia isto." Ele me entrega um livro chamado "Otimismo todo dia".

A página 173 traz a seguinte mensagem: "Para amortecer os golpes da sorte, resistir às perdas inesperadas, às notícias decepcionantes, aos atritos e problemas, e despertar o prazer de ser bem-sucedido, aprenda a ser paciente, a não ferir ninguém.

Normal é a luta da vida e é para esta luta que você está aqui.

Veja as complicações como superáveis, cada qual deixando ensinamentos que, somados uns aos outros, fazem você experiente e seguro de si.

Mesmo a custo, mantenha a apreciação inteligente, a face calma e o olhar amigo, pois todos querem compreensão.

O bambu se dobra ao vento para não quebrar".

Well, li isso umas três vezes e depois pensei "ótimo, agora eu desperto a compaixão das pessoas na rua, devo chorar mais ou agradecer a moça pela solidariedade?" Preferi a segunda opção porque, cara, é tão difícil alguém se importar com o que você está sentindo sem nem te conhecer. Queria poder falar com ela, agradecer muito, mas meu ponto estava chegando e só deu tempo de dizer "muito obrigada" e ela me dar o livro. Isso foi bonito.

Chego no Gueto de Varsóvia com a cara da Odete Roitman e fico com os óculos escuros por um bom tempo. Minha cehfe vem perguntar o que aconteceu, eu digo, como se ela tivesse mesmo se importando. Não estava, tanto não estava que, com a sutileza de uma paquiderme, bem na hora de eu sair para a aula, ela resolve conversar sobre o meu trabalho na cozinha, um lugar muito apropriado, já que passa ao menos uma pessoa a cada dois minutos, e ouve tudo que só diz respeito a você ouvir. Peço para sair dali, digo que se está insatisfeita pode me mandar embora, mas tudo o que ela consegue ver é que tenho algo pessoal contra ela.

Sério, eu tenho mais o que fazer, ela não é o centro da minha vida nem das minhas atenções. Meus problemas não justificam meus "altos e baixos" de produção, eu não coloco eles como justufucativa e não admito que ninguém além de mim fala isso. Sinto muito. Por um tempo, eu quese pensei que realmente eu era uma profissinal ruim. Mas tenho feito outras coisas e sendo muito elogiada por todo mundo, então, sorry, o problema não é comigo.

Resolvo fazer uma planilha com todas as minhas atividades diárias que será anexada aminha carta de demissão, que será entregue em breve - amém, Jesus!

Sexta-feira, tudo parece bem,exceto pelo fato de eu não ter ido na acumputura porque a chefe marcou uma entrevista com estagiário bem na hora que eu deveria estar na consulta. Pra não dizer que não coopero, desmaquei a acumputura e depois de um dia surtado, durmo fora porque tava sem saco de ir para a casa.

No sábado, para fechar a semana com chave de ouro, chego em casa e encontro o armário de cozinha no chão, com todos, todos os copos quebrados e o maldito gato de baixo de tudo miando.

Eu me recuso a ver, a acreditar e principalmente levantar o armário e ver o gato em seus últimos miados sozinha. Chamo meu salvador, ele vem, me salva, me ajuda a jogar tudo fora, inclusive o gato, que não estava morto, mas que eu queria matar porque como é que aquela praga detorna um armário de cozinha, coloca ele abaixo, quebra tudo?

Ainda no sábado, vou à reunião dos humanistas e invoco com o fato de "aparentemente quem não está conosco, está contra nós". Isso é irritante, principalmente quando vem
de pessoas que pregam a diversidade! Falo o que penso e me sinto aliviada, não gosto de radicalismos e se for assim, prefiro cair fora. Vamos ver como as coisas vão caminhar depois do desabafo!

A semana começa hoje, eu espero que nada mais dê errado porque eu não vou aguentar! Se alguém souber o nome de uma benzedeira, please, eu preciso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lola, vá ao meu mestre Felipe!!!!! Beijos,