sexta-feira, janeiro 14, 2011

Eu quero viver minha depressão em paz

Oi, pessoas que, mesmo comigo não escrevendo há tempos, ainda me mandam notícias.

Espero que todos tenham começado o ano de maneira maravilhosa. O meu tá uma bosta, eu achei que ano novo, década nova, tudo de bom aconteceria num passe de mágica. Não, não é assim!

As novidades, bom, a coisa que mais roguei a Deus que não acontecesse, aconteceu. Voltei a morar com a minha mãe e irmão. Mais especificamente com o último, que é um maconheiro sujo, que se entope de farinha de maracujá, de berinjela e quinoa, mas no final das contas é um grosso!

Estou sem emprego, quer dizer, arrumei dois aqui em Sampa, mas como eles pagavam uma miséria, desisti. Ainda me resta um pouco de dignidade na vida e eu não trabalho em lugares onde eu não possa pagar minhas próprias contas!

Acontece que da fase bipolar, atualmente me encontro deprimida. Sim, porque eu acordo, mando currículos, troco a areia do gato, recolho as bostas dos cachorros, limpo o quintal, e este ciclo se repete pelo menos mais duas vezes por dia, desde a manhã até o anoitecer.

Quem não estaria depressiva com isso? Heim? Mas o que acontece? Estou na casa de minha mães, que apesar de vir pra cá somente na folga, me monitora de longe.

Liga pra saber se eu tomei café! Gente, eu não tomo café quando estou ruim! Liga pra saber se eu já levantei. Gente, eu nem tomaria banho, se tivesse escolha nesta fase. Isso se chama inibição psicomotora. Minha melhor amiga, quando estou deprimida é a cama, mas NINGUÉM ENTENDE ISSO.

E outra, tá todo mundo morrendo afogado por ai, fala-me o favor. Eu não consigo ser feliz com isso. Sem emprego, recolhendo bosta, o irmão falando que eu estou parasitando - ele me paga por isso. Cara, eu sinto muita falta de morar sozinha e poder curtir minhas insanidades do jeito que EU quero. Afinal, elas são minhas, não são?

Mas tudo bem, levantei, vou fazer tudo o que eu disse, tomarei um banho doloroso e tentarei me arrastar para qualquer lugar para que minha mãe fique feliz em saber que eu saí, que eu reagi, que eu saltei da cama.

Se eu encontrar alguma enchente no meio do caminho, juro que me jogo, heim?

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