domingo, fevereiro 25, 2007

É muito rápido se tornar um filho da puta

Estou doente! Desde sexta-feira, meu problema de hérnia de disco vinha dando sinais de que eu travaria a qualquer momento. Well, o momento foi neste domingo. Sozinha, lá fui eu literalmente me arrastando a um pronto-socorro para poder ser atendida! O ortopedista deu uma bela de uma injeção, em meia hora a dor havia diminuído e já não andava como uma velha encurvada. Dois dias de repouso com atestado médico.

Ligo para a chefe e digo que não irei trabalhar nos dois próximos dias, preciso de repouso. Mas me comprometi a fazer o trabalho de casa. Ok, tudo bem. Algumas horas depois, recebo a ligação de que era melhor eu ir trabalhar porque eu já tinha uma falta "injustificada" e tudo o que ela tinha feito para não me descontarem o dia viria por água abaixo.

Desligo o telefone e sinto vontade de vomitar! Sinto nojo! Sinto raiva! Sinto que nesta bosta de mundo, as pessoas aprendem rápido a se tornar um belo filho de uma puta! Alguém que vive se queixando de sofrer assédio moral no trabalho, de repente, sem se dar conta, faz a mesma canalhice. "Não é prudente você faltar agora, mesmo doente. Vou te buscar de carro na sua casa".

Bem, infelizmente não é um carro que vai passar minha dor. Quem vai dar conta do desrespeito com que fui tratada? A vontade de mandar tudo às favas? A vontade de chegar no local e dar um belo troco à altura e a incapacidade que tenho para fazer isso, pelo simples fato de que eu trato as pessoas do mesmo jeito que gosto de ser tratada, com respeito, como o ser humano que sou!

Este mundo está me deixando cada vez mais cansada. Quero acreditar que há pessoas que merecem nossa confiança, nosso respeito, mas a cada rasteira, fica mais difícil acreditar que existem pessoas interessadas no bem estar uma das outras. Estou cansada!

Assédio moral
Assédio moral ou Violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho. A novidade reside na intensificação, gravidade, amplitude e banalização do fenômeno e na abordagem que tenta estabelecer o nexo-causal com a organização do trabalho e tratá-lo como não inerente ao trabalho.

O que é humilhação?
Conceito: É um sentimento de ser ofendido/a, menosprezado/a, rebaixado/a, inferiorizado/a, submetido/a, vexado/a, constrangido/a e ultrajado/a pelo outro/a. É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil. Magoado/a, revoltado/a, perturbado/a, mortificado/a, traído/a, envergonhado/a, indignado/a e com raiva. A humilhação causa dor, tristeza e sofrimento.

O que é assédio moral no trabalho?
É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.

Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e, freqüentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o 'pacto da tolerância e do silêncio' no coletivo, enquanto a vitima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando, 'perdendo' sua auto-estima.

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