terça-feira, abril 11, 2006

Palavra amor


Em visita ao Museu da Língua Portuguesa para um freela, encontrei os textos abaixo e achei que valia mencionar. Aliás, quem puder ir ao museu, vale cada espaço visitado. No primeiro andar, há uma instalação sobre João Guimarães Rosa - sim, o mesmo do outro post - só que sobre a obra "Grande Sertão Veredas". Interatividade total com o romance, só vendo para entender!

Ah, quem gostar de filas e quiser economizar quatro mangos, aos sábados, a visita é gratuita.

Agora, poesia!

Palavra Amor
Carlos Drummond de Andrade
Não facilite com a palavra amor.
Não jogue no espaço, bolha de sabão.
Não se inebrie com o seu engalado som.
Não a empregue sem razão acima de toda razão (e é claro).
Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra.


Quem não vê bem uma palavra, não pode ver bem uma alma.
Fernando Pessoa

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